Presidente da poderosa estatal nuclear Areva é afastada
Nicolas Sarkzoy decidiu não renovar o mandato de Anne Lauvergeon à frente da empresa líder mundial de energia atômica, a estatal Areva. Ela ficou dez anos no posto e chegou a figurar na lista da revista Forbes das mulheres mais poderosas do mundo.
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Depois de meses de suspense, o governo francês anunciou que Anne Lauvergeon, conhecida como “Anne Atômica”, vai ser substituída pelo número dois da Areva, Luc Oursel, 51 anos. Ela era a única mulher na chefia de uma grande empresa cotada na bolsa de valores francesa.
As relações entre Sarkozy e Lauvergeon, que trabalhou como assessora do ex-presidente socialista François Mitterrand, eram tensas. O suspense sobre a manutenção de Lauvergeon no posto durou meses, com a especulação de vários nomes para substituí-la. Ela contava com o respaldo de vários setores da empresa, de assalariados à direção.
Em Berlim, onde se encontrou com a chanceler Angela Merkel, Sarkozy declarou que “a credibilidade do setor nuclear francês não pode se reduzir à ação de uma só pessoa”. Ele acrescentou que vai se encontrar com Lauvergeon na segunda-feira.
O Partido Socialista francês denunciou que a “demissão” da presidente da Areva não teve motivo industrial e foi um “golpe duro para a indústria francesa”. Em comunicado, o PS diz que há cinco anos, o governo Sarkozy tentou desmantelar a Areva “em benefício de grupos amigos dirigidos por amigos”, mas que Lauvergeon foi publicamente contra essa política e que hoje ela “paga por sua resistência e independência”.
Criado em setembro de 2001, com Lauvergeon à frente, o grupo nuclear público francês Areva atua em setores que vão da extração de urânio até o tratamento de lixo nuclear, passando pela construção de reatores.
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