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AF447/corpos

Corpos do voo AF447 poderão ser identificados

Os corpos das duas vítimas do voo AF447, resgatados no início de maio, poderão ser identificados, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira pela polícia francesa. A equipe a bordo do navio Ile de Sein foi reforçada e dará continuidade ao resgate dos restos mortais que terão condições de serem analisados.

Operação da quinta fase de resgate dos destroços do voo AF-447
Operação da quinta fase de resgate dos destroços do voo AF-447 http://www.bea.aero/fr
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O comunicado foi enviado às famílias das vítimas pelo embaixador Philippe Vinogradoff, designado pelas autoridades francesas para a comunicação com os parentes dos passageiros mortos no acidente. De acordo com o texto, o laboratório na França conseguiu extrair o DNA dos dois corpos recolhidos no fundo do oceano, e a identificação, que ainda não foi realizada, será possível. A identidade dos dois passageiros só será provavelmente conhecida nos próximos meses. De acordo com uma carta enviada às famílias pelos juízes Sylvia Zimmerman e Yann Daurelle, encarregados do processo de homicídio culposo contra a Air France e a Airbus, o nome das duas vítimas só será revelado para as respectivas famílias.

A equipe a bordo do navio Ile de Sein foi reforçada, e a partir de agora, segundo o comunicado, terá 9 especialistas em Medicina Legal. Assim que o navio retornar à área do acidente – a quinta fase de buscas terminou na sexta-feira- os técnicos farão novas tentativas de resgate dos corpos que estiverem em condições de serem recuperados, com o robô Remora 6000. Para o diretor executivo da Associação dos Familiares das Vítimas do voo 447, Marteen Van Sluys, “o mais lógico seria que a análise dos corpos ocorresse no Brasil”, como no caso dos restos mortais dos 50 passageiros retirados do mar logo depois do acidente, em 31 de maio de 2009. 59 brasileiros morreram na tragédia, e 39 continuam desaparecidos.

Caixas-pretas

O diretor da investigação, Alain Bouillard, disse à agência francesa AFP que não foram constatados, em uma primeira leitura, problemas técnicos graves no Airbus330 "como pane elétrica total, dos motores, ou alarmes no cockpit." Mas ele salientou que "defeitos ainda podem ser detectados" e que a empresa pode ser levada a realizar mudanças depois de uma análise mais detalhada das caixas-pretas. Luc Vigneron, presidente da Thales, fabricante das sondas Pitot, que mede a velocidade do avião e são apontadas como uma das causas do acidente declarou que é preciso aguardar o relatório final do BEA, ressaltando que os equipamentos atuais respeitam as normas de certificação da aviação civil.

Nesta quarta-feira, uma fonte ligada à investigação disse, em entrevista à RFI, que ainda é necessário realizar um cruzamento dos dados do FDR (Flight Data Recorder), com os parâmetros do voo, e do CVR (Cockpit Voice Recorder), que grava os diálogos dos pilotos nas últimas duas horas.  As gravações, segundo essa fonte, ainda estão em estado bruto, e necessitam de um estudo aprofundado. "O gravador fornece os dados a cada instante, mas ainda não é possível entender instantaneamente como a aeronave se comportou no momento da queda", declarou.

Os especialistas do BEA, a agência civil francesa que investiga as causas do acidente, também provavelmente já sabem se os dois pilotos estavam na cabine no momento da catástrofe - o que é praticamente certo. O FDR também registra qualquer manobra de emergência, mas ainda é cedo para confirmar a tese de perda de sustentação, ou deep stall, ou seja, uma perda drástica da velocidade relativa ao ar, a ponto do peso do avião se tornar maior que o da sustentação das asas.

 

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