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Acidente AF 447

Voo Rio Paris: Air France acusa Airbus de negligência, segundo jornal

O jornal Libération teve acesso a um documento enviado pela Air France à justiça francesa, que aponta negligência da Airbus em relação a alertas enviados pela companhia sobre problemas nas sondas que medem a velocidade dos aviões. O acidente causou a morte de 228 pessoas.

A acusação de negligência da Air France contra a Airbus é manchete no jornal Libération.
A acusação de negligência da Air France contra a Airbus é manchete no jornal Libération. RFI
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O jornal francês Libération teve acesso a um memorando entregue pela Air France à justiça francesa no qual a companhia aérea faz acusações à Airbus e à empresa Thales, fabricante francesa das sondas Pitot, equipamento cujas falhas são apontadas como uma das prováveis causas do acidente com o voo Rio Paris. Segundo o jornal, a Air France enviou vários alertas sobre problemas nas sondas, instrumento que mede a velocidade do avião, nos 10 meses anteriores à queda. A Air France não teria recebido nenhuma recomendação do fabricante ou sido informada de soluções para os problemas.

Libération revela que a Airbus criou uma missão para realizar vários testes na tentativa de reconstituir as condições do voo Rio Paris. A Airbus se mantém discreta sobre a missão, mas ficou constatado, segundo o jornal, que em algumas situações de tempestades o radar meteorológico não detectou a presença de cristais de gelo, que podem provocar o congelamento das sondas.

No próximo dia 31 de dezembro, peritos judiciais entregam um relatório definitivo com suas conclusões sobre o acidente. Além do processo na  justiça, outra investigação na França está sendo feita pelo BEA, a agência que investiga acidentes aéreos.

Quarta fase de buscas das caixas-pretas começa em fevereiro

Ontem, o governo francês anunciou a realização de uma nova fase de buscas, a quarta, para tentar encontrar as caixas-pretas do A330 que estão no Oceano Atlântico. Uma reunião será realizada na próxima segunda-feira para um primeiro contato entre o novo secretário dos Transportes, Thierry Mariani, e as associações francesas de familiares das vítimas do acidente. Os detalhes sobre a nova fase de buscas serão anunciados em outra reunião, com data ainda não confirmada, que terá a participação do BEA. O comunicado do ministério diz apenas que serão utilizados os "melhores equipamentos disponíveis atualmente".

O A330 da Air France caiu no oceano Atlântico na noite do dia 31 de maio, causando a morte das 228 pessoas a bordo. Até agora, nenhuma das três campanhas de buscas realizadas conseguiu determinar com precisão a posição da carcaça do avião. Sem as caixas-pretas, as investigações também não são conclusivas sobre as causas da tragédia. Em um dos relatórios parciais, o BEA admite que falhas nas sondas Pitot podem ter contribuído para o acidente, mas a agência descarta que os defeitos sejam a causa principal da queda do Airbus.

A associação Entraide e Solidarité, que reúne grande parte dos familiares franceses das vítimas do acidente, comemorou a retomada das buscas, mas disse que será vigilante sobre a área onde serão efetuadas as novas investigações. Até hoje, apenas 3% dos destroços da aeronave foram resgatados no mar e cerca de 50 corpos encontrados.

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