França não se curva às exigências da Al-Qaeda para liberar reféns
Em reação às exigências da rede terrorista Al-Qaeda, que mantém cinco reféns franceses no norte do Mali há mais de dois meses, o governo da França declarou nesta sexta-feira que sua política não será ditada do "exterior".
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"A França faz tudo o que pode para libertar os reféns sãs e salvos. Não vamos aceitar que a nossa política seja ditada do exterior por quem quer que seja", afirmou a nova chefe da diplomacia francesa, Michèle Alliot-Marie, que entrou no lugar de Bernard Kouchner no Ministério das Relações Exteriores.
A declaração foi feita no dia seguinte à difusão de uma mensagem de áudio pela rede de televisão árabe Al Jazira, do Catar, atribuída ao argelino Abdelmalek Droukdel, chefe da AQMI, o braço da Al-Qaeda do Norte da África. Além de dizer que a França deve negociar diretamente com Osama bin Laden, ele exige a retirada das tropas francesas do Afeganistão, compostas por 3.800 militares.
Apesar da reação da ministra Alliot-Marie, o governo francês ainda está verificando a autenticidade da mensagem.
Os cinco franceses foram sequestrados na noite de 15 para 16 de setembro em Arlit, no norte do Níger. Eles trabalham para o grupo Areva, que explora minas de urânio no local. Além dos franceses, foram raptados dois africanos, do Togo e de Madagascar. Segundo fontes africanas e francesas, os sequestrados estariam nas montanhas desertas do nordeste do Mali.
Em outubro, a rede de televisão Al Arabyia divulgou uma proposta da rede AQMI afirmando que liberaria os reféns em troca da retirada da lei que proíbe o uso do véu islâmico integral na França, além da libertação de ativistas e de um pagamento de 7 milhões de euros.
Na quarta-feira o ministro francês da Defesa, Alain Juppé, afirmou ter vários motivos para pensar que os reféns estão com vida e em bom estado de saúde. Ele confirmou que contatos estão sendo feitos com os sequestradores, mas não deu detalhes.
No início da semana, o presidente Nicolas Sarkozy se disse "muito preocupado" com o grupo de reféns e garantiu que não mudará sua política sob pretexto de que a França está ameaçada.
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