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França/Previdência

França já perdeu mais de 7 bilhões de reais com greves contra reforma

A greve contra a reforma da previdência do governo Sarkozy faz a França perder diariamente entre 200 e 400 milhões de euros (470 a 950 milhões de reais), de acordo com a ministra da Economia, Christine Lagarde. Segundo o jornal Le Figaro, os oito dias de protestos ocorridos desde setembro já custaram ao país cerca de 3 bilhões de euros, mais de 7 bilhões de reais.

Apesar do início de período de férias de dez dias na França, a mobilização contra a reforma da aposentadoria continua no país.
Apesar do início de período de férias de dez dias na França, a mobilização contra a reforma da aposentadoria continua no país. Reuters
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Em entrevista à imprensa local nesta segunda-feira, a ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, disse que o setor da indústria química é um dos mais afetados pela greve contra a reforma da previdência. A escassez de produtos derivados de petróleo provoca perdas de 33 milhões de euros por dia (78 milhões de reais) neste setor.

A companhia aérea Air France calcula o prejuízo diário em 5 milhões de euros (11 milhões de reais), sobretudo por causa de cancelamentos e atrasos de voos. Hotéis e restaurantes franceses também sentem os efeitos do movimento grevista. O número de turistas no setor hoteleiro nacional caiu 3% e a frequência nos restaurantes é menor do que de costume, principalmente nos fins de semana.

O jornal Le Figaro afirma que os oito dias de protestos e greves ocorridos desde setembro já custaram ao país cerca de 3 bilhões de euros, o equivalente a 7 bilhões de reais. Para o diário conservador, os prejuízos para a imagem da França no exterior, particularmente entre investidores potenciais, é "incalculável". O Ministério da Economia se mostra cauteloso ao falar das consequências da greve no Produto Interno Bruto. Por enquanto, a previsão de crescimento da França para este ano está mantida em 1,6%.

O projeto de lei sobre a reforma da previdência foi aprovado pelo Senado na última sexta-feira e agora tramita em uma comissão mista, composta de sete deputados e sete senadores, para acertos na redação final. A proposta do governo sofreu emendas no Senado e na Assembleia, mas mantém seu espírito original, com a passagem da idade mínima da aposentadoria de 60 para 62 anos e de 65 para 67 anos para obtenção da pensão integral. O texto final será votado de maneira solene nas duas casas do parlamento ainda esta semana e depois seguirá para sanção do presidente Nicolas Sarkozy. O presidente tem um prazo de 15 dias para sancionar o documento.

Enquanto a reforma da aposentadoria não é adotada definitivamente, o movimento grevista continua. Novas manifestações estão marcadas para a próxima quinta-feira, 28 de outubro, e para o dia 6 de novembro.

Falta gasolina nos postos

Apesar da aprovação da reforma no Senado, os opositores ao projeto de lei não desistem. Na manhã desta segunda-feira, policiais foram deslocados para liberar uma refinaria de petróleo na região centro-oeste, bloqueada durante uma semana por manifestantes. Sete das 12 refinarias francesas decidiram manter a paralisação, o restante deve votar a continuidade da greve durante o dia.

Para muitos franceses, o início das férias prolongadas do feriado de Finados está complicado. Pelo menos 25% dos postos de gasolina do país continuam a seco, apesar das promessas do governo de normalizar o abastecimento com os estoques estratégicos de petróleo e importações.

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