Quarta fase de buscas pelos destroços do voo AF 447 não está definida
Depois de mais de três horas de reunião a portas fechadas no Ministério dos Transportes francês, ainda não há definição sobre o início da quarta fase de buscas por destroços do AF447, segundo o BEA, a agência de aviação francesa que investiga as causas do acidente.
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Além do diretor do órgão, Jean Paul Troadec, participaram do encontro representantes da marinha francesa, do Ministério e três associações de famílias das vítimas da catástrofe : a brasileira, a francesa e a alemã.
O financiamento da nova fase de buscas, orçado em cerca de 14 milhões de euros, ainda está sendo definido, explicou em entrevista à RFI, Maarten Van Sluys, diretor da associação dos familiares das vítimas do voo 447.
Apesar da justiça francesa ter reconhecido o acidente como crime no último dia 28 de setembro, ainda não há nenhum avanço na indenização às vítimas. «As indenizações estão correndo em paralelo ao processo criminal. Na negociação com a seguradora e com a Air France, os avanços são muito pequenos e não há, ainda, acordos. Então, estamos aguardando o desenvolvimento do processo criminal, para que consigamos atribuir as responsabilidades e avançar no quesito das indenizações”, afirmou.
O Airbus A 330 da Air France fazia a rota Rio- Paris e caiu no dia 31 de maio no oceano Atlântico, provocando a morte de 228 pessoas. Nas três buscas realizadas pelo BEA, o escritório francês de investigação e análise para a Aviação Civil, as caixas pretas da aeronave não puderam ser localizadas.
As causas do acidente continuam inexplicáveis. O relatório da agência, entretanto, divulgado no final do ano passado, revela que os sensores de velocidade Pitot da marca Thales, podem ser parcialmente responsáveis pela tragédia do AF447.
A própria Air France iniciou um programa de troca do equipamento nas aeronaves A320 e A330, pouco antes do acidente. Os sensores já haviam apresentado defeito em outros voos, como congelamento em grandes altitudes.
Os especialistas do BEA afirmam, entretanto, que esse elemento, individualmente, não é suficiente para explicar a queda do avião. No dia 28 de setembro, o Tribunal de Toulon, na França, reconheceu, pela primeira vez, que houve crime, qualificando o acidente de homicídio culposo, ou seja, sem intenção.
As falhas nas sondas Pitot, segundo os juízes, é suficiente para estabelecer a falta penal. Com a decisão, que não visa determinar os responsáveis pela tragédia, as famílias terão direito à indenização antes do fim da investigação técnica e judicial.
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