ONU denuncia aumento de xenofobia na França
Os 18 integrantes da comissão para a eliminação e a discriminação racial da Organização das Nações Unidas preocupam-se com as recentes medidas divulgadas pelo governo francês, como o desmantelamento de acampamentos de ciganos e a retirada da nacionalidade de criminosos estrangeiros.
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O comitê para eliminação da discriminação racial da ONU, reunidos em Genebra, fez um alerta neste quinta-feira para o recrudescimento do racismo e da xenofobia na França. Os 18 integrantes da comissão denunciaram a discussão lançada pelo governo sobre a identidade nacional, o tratamento dado aos ciganos, e a proposta feita pelo presidente Nicolas Sarkozy, de retirada da nacionalidade francesa de criminosos estrangeiros. A comissão também avalia a ausência do reconhecimento de alguns direitos das minorias na legislação francesa.
O governo francês enviou uma delegação de funcionários do primeiro escalão dos ministérios do Interior, da Imigração, da Justiça e de Relações Exteriores para participar do debate. Os membros deverão esclarecer algumas das recentes decisões tomadas por Sarkozy, inclusive a decisão de desmantelar 300 acampamentos ilegais de ciganos. A delegação francesa apresentou um relatório de 88 paginas, citando, entre outras iniciativas, a criação de comissões para promover oportunidades iguais e de células antidiscriminação em todos os tribunais de grande instância.
Para o relator da sessão, falta “uma verdadeira vontade política na França.” O comitê da ONU aponta que, além da falta de um verdadeiro empenho do governo, os esforços políticos estão sendo dirigidos para privar alguns estrangeiros de sua nova nacionalidade. O comitê observou ainda que o documento francês não menciona uma linha sobre a questão da discriminação na França contra os ciganos, cidadãos europeus, vindos principalmente da Romênia e Bulgária. Depois dos debates, o comitê vai elaborar um conjunto de recomendações, a ser divulgado dentro das próximas semanas.
Em um comunicado divulgado nesta sexta-feura, o secretário francês de assuntos europeus, Pierre Lellouche, defendeu as medidas propostas pelo país. De acordo com ele, “todas as políticas colocadas em prática atualmente visam a igualdade dos sexos, a proteção dos mais vulneráveis contra o tráfico de seres humanos e o direito à segurança.”
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