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Voo AF 447

Investigação judiciária questiona manutenção das sondas Pitot

A investigação judiciária sobre o acidente do voo AF 447 da Air France, em junho de 2009, confirmou que as sondas Pitot contribuíram para a queda, mas também levanta suspeitas sobre a manutenção desses equipamentos que são responsáveis pelo sistema de velocidade do avião.

Destroços do voo AF 447 da Air France chegando ao porto do  Recife, em 14 junho 2009.
Destroços do voo AF 447 da Air France chegando ao porto do Recife, em 14 junho 2009. Reuters / Alexandre Severo
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A revelação foi feita pelo jornal francês Libération que teve acesso a um relatório preliminar feito por cinco especialistas que apontam o congelamento das sondas como um "elemento de contribuição" à tragédia, sem, no entanto, conseguir identificar "com precisão os fatos que levaram ao acidente".

O inquérito foi aberto pela justiça a pedido da Agência francesa que investiga as causas do acidente (BEA, na sigla, em francês). Em dezembro, o órgão identificou um problema no sistema de medição da velocidade do Airbus A 330 e a substituição das sondas Pitot em modelos da empresa foi exigida pela Agência europeia de segurança aérea.

Manutenção

Os experts que participam da investigação judiciária destacam também o tempo (calculado por horas de voo e/ou dias do calendário) indicado na última revisão das sondas, ou seja, a questão da manutenção dessas peças.

O jornal Libération afirma que na França as autoridades exigem uma revisão a cada 21 meses enquanto que no Canadá, após incidentes de congelamento de sondas com aviões da empresa Bombardier, foi decidido em 2008 que o período de revisão passou a  600 horas de voo, ou seja, uma média de 4 meses.

Os especialistas admitem que os problemas das sondas Pitot e as condições meteorológicas não são suficientes para esclarecer as causas do acidente. "A procura de outros elementos será necessária", concluíram.

Segundo o jornal, o relatório completo será publicado em dezembro.

Reação

Em entrevista à rádio Europe 1, o diretor-geral da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, declarou não ter conhecimento do relatório preliminar da justiça e voltou a afirmar que empresa obedeceu todas as regras exigidas para a realização do voo.

"O conjunto dos procedimentos definidos pelos construtores e pelas autoridades foi respeitado em relação ao tempo de inspeção e de verificação pela Air France", garantiu.

Só a análise do registro de dados dos voos nas caixas pretas do avião poderá esclarecer se um erro de pilotagem pode ter contribuído também para o acidente.

A Agência anunciou que o fim da terceira etapa de buscas chega ao fim neste domingo. Até o momento, nada foi encontrado. Os dois navios que participam dessa etapa, financiada pela Air France e a Airbus e que custou € 10 milhões de euros, retornam à Recife nos próximos dias.

Na sexta-feira, o secretário de Estado dos Transportes da França, Dominique Bussereau, pediu à Agência que investiga as causas da tragédia que as buscas pelas caixas pretas continuem.

Em comunicado, a Agência indicou que no próximo dia 4 de maio fará um balanço da situação.

O Airbus A 330 da Air France caiu na madrugada do dia 1 de junho no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo.
 

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