Investigação judiciária questiona manutenção das sondas Pitot
A investigação judiciária sobre o acidente do voo AF 447 da Air France, em junho de 2009, confirmou que as sondas Pitot contribuíram para a queda, mas também levanta suspeitas sobre a manutenção desses equipamentos que são responsáveis pelo sistema de velocidade do avião.
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A revelação foi feita pelo jornal francês Libération que teve acesso a um relatório preliminar feito por cinco especialistas que apontam o congelamento das sondas como um "elemento de contribuição" à tragédia, sem, no entanto, conseguir identificar "com precisão os fatos que levaram ao acidente".
O inquérito foi aberto pela justiça a pedido da Agência francesa que investiga as causas do acidente (BEA, na sigla, em francês). Em dezembro, o órgão identificou um problema no sistema de medição da velocidade do Airbus A 330 e a substituição das sondas Pitot em modelos da empresa foi exigida pela Agência europeia de segurança aérea.
Manutenção
Os experts que participam da investigação judiciária destacam também o tempo (calculado por horas de voo e/ou dias do calendário) indicado na última revisão das sondas, ou seja, a questão da manutenção dessas peças.
O jornal Libération afirma que na França as autoridades exigem uma revisão a cada 21 meses enquanto que no Canadá, após incidentes de congelamento de sondas com aviões da empresa Bombardier, foi decidido em 2008 que o período de revisão passou a 600 horas de voo, ou seja, uma média de 4 meses.
Os especialistas admitem que os problemas das sondas Pitot e as condições meteorológicas não são suficientes para esclarecer as causas do acidente. "A procura de outros elementos será necessária", concluíram.
Segundo o jornal, o relatório completo será publicado em dezembro.
Reação
Em entrevista à rádio Europe 1, o diretor-geral da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, declarou não ter conhecimento do relatório preliminar da justiça e voltou a afirmar que empresa obedeceu todas as regras exigidas para a realização do voo.
"O conjunto dos procedimentos definidos pelos construtores e pelas autoridades foi respeitado em relação ao tempo de inspeção e de verificação pela Air France", garantiu.
Só a análise do registro de dados dos voos nas caixas pretas do avião poderá esclarecer se um erro de pilotagem pode ter contribuído também para o acidente.
A Agência anunciou que o fim da terceira etapa de buscas chega ao fim neste domingo. Até o momento, nada foi encontrado. Os dois navios que participam dessa etapa, financiada pela Air France e a Airbus e que custou € 10 milhões de euros, retornam à Recife nos próximos dias.
Na sexta-feira, o secretário de Estado dos Transportes da França, Dominique Bussereau, pediu à Agência que investiga as causas da tragédia que as buscas pelas caixas pretas continuem.
Em comunicado, a Agência indicou que no próximo dia 4 de maio fará um balanço da situação.
O Airbus A 330 da Air France caiu na madrugada do dia 1 de junho no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo.
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