Governo francês discute violência escolar

O governo francês organiza, a partir desta quarta-feira, os Estados Gerais da Segurança Escolar, um fórum sobre formas de combate à violência nas escolas. Pesquisadores, representantes do setor da educação e do governo sentam-se à mesa para responder ao aumento de casos de agressões contra professores e entre estudantes nos estabelecimentos de ensino franceses.  

Gérard Julien/AFP

Um estudo apresentado durante o fórum mostra que, entre os anos de 2008 e 2009, pelo menos 17 mil estudantes foram excluídos de suas escolas por causa de episódios de violência.

Para Luc Chatel, ministro da Educação Nacional, é preciso aplicar punições mais severas aos alunos agressores. O ministro defende a criação de uma espécie de código de conduta mais transparente. «Está claro que não estamos bem preparados. O nosso sistema de sanções não é suficientemente claro», diz Chatel. Para o ministro, um esquema gradual de sanções poderia diminuir os casos de agressão e evitar a expulsão definitiva do aluno transgressor.

Já para os sindicatos de professores, é preciso, também, reforçar a vigilância nas escolas, e interromper a política de corte do pessoal. O governo prevê eliminar 16 mil postos de trabalho na educação em dois anos.

O presidente do Observatório Internacional da Violência Escolar, Eric Debarbieux, foi convidado por Chatel para dirigir os dois dias do encontro. Para Debarbieux, não é possível dissociar os casos de violência escolar da realidade social dos estudantes. « Na França, temos uma violência de exclusão social ». O risco de violência esta concentrado entre 5% e 10% das escolas que estão em zonas urbanas consideradas sensíveis. Sua proposta : uma « pedagogia cooperativa », mas que não seja « permissiva ».

Após a maratona de debates, de mesas-redondas e de palestras que se termina nesta quinta-feira, o governo francês promete estudar todas as sugestões e aplicar, em breve, « medidas concretas de curto, médio e longo prazo».