Presidente francês pede mais investimentos para nuclear de uso civil

O presidente francês Nicolas Sarkozy fez um apelo, nesta segunda-feira, para que o Banco Mundial, o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento e outras instituições financeiras se comprometam a financiar a energia nuclear de uso civil.

O presidente francês Nicolas Sarkozy durante conferência sobre energia atômica para uso civil, em Paris. ©Reuters

O pedido foi feito na abertura de uma conferência internacional em Paris sobre o tema, na sede da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Participam representantes de mais de 60 países, entre eles o Brasil, que se interessam em usar a energia atômica de forma responsável, principalmente para aumentar a oferta de eletricidade à população.

Segundo a associação Nuclear Mundial, mais de 450 novos reatores devem ser construídos no mundo até 2030. Para os organizadores da conferência, essa expansão exige regulamentação e cooperação internacional para transferência de tecnologia. Em seu discurso, o presidente da França pediu à Agencia Internacional de Energia Atômica (AIEA) para criar uma classificação sobre a segurança dos reatores nucleares à venda no mercado mundial.

Apesar de não ser um evento comercial, sem perspectiva de assinatura de contratos, esta é uma oportunidade para a França exibir sua experiência no assunto, já que cerca de 80% da eletricidade do país vem de reatores nucleares. Até amanha, a conferência deve reunir mais de 700 pessoas entre ministros, diplomatas e especialistas. Irã e Coreia do Norte, acusados de violar regras internacionais por causa de seus programas nucleares, ficaram de fora.

A Síria, apesar da falta de colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica, foi convidada. A Líbia também, mas se recusou a participar. A Conferência "Acesso ao Nuclear Civil", é organizada pelo governo francês, em parceria com a AIEA e a OCDE.