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Condutor do metrô de Paris é indiciado após morte de passageira que ficou com a jaqueta presa nas portas

Um condutor do metrô de Paris foi indiciado nesta sexta-feira (28) por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), na investigação que apura a morte de uma mulher de 45 anos, no sábado (22), que foi arrastada pelo trem depois que a jaqueta dela ficou presa nas portas automáticas. A linha em que houve o acidente ficou paralisada nesta manhã.

Foto ilustrativa da linha da Rede Autônoma de Transportes Públicos (RATP) de Paris.
Foto ilustrativa da linha da Rede Autônoma de Transportes Públicos (RATP) de Paris. AFP - CHRISTOPHE ARCHAMBAULT
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Apresentado a um juiz de instrução, o maquinista da linha 6 do metrô da capital, na qual fica a estação Bel-Air, onde aconteceu o acidente, estava sob custódia policial desde quinta-feira. Ele “foi indiciado pelo crime de homicídio culposo no transporte ferroviário”, indicou uma fonte judicial. A pena pode chegar a cinco anos de prisão.

“O seguimento das investigações terá como objetivo analisar todas as circunstâncias que levaram à morte da viajante”, especifica a fonte judicial, indicando que o Gabinete de Investigação de Acidentes de Transportes Terrestres (BEA-TT) também abriu um inquérito técnico.

A mulher estava acompanhada do marido e do filho, que nada puderam fazer para salvá-la. 

Linhas de metrô interrompidas

Em nota, o sindicato FO-RATP denuncia que “o tratamento judicial e a ordem de prisão” a que foi submetido o funcionário “são inaceitáveis”, comparando o tratamento “como de um criminoso”.

O condutor é empregado da RATP há 15 anos. Segundo a Promotoria, os testes de álcool e narcóticos realizados no metroviário resultaram negativos. Nenhum metrô da linha 6 funcionou da abertura do serviço, às 5h45, até o meio-dia de hoje.

Em seu depoimento à polícia, o condutor afirmou que o reflexo do sol no espelho retrovisor posicionado na ponta da plataforma prejudicou sua visão sobre o fechamento das portas nos vagões. A estação onde ocorreu o acidente fatal é uma das plataformas aéreas da linha 6, com iluminação natural. A investigação também deve esclarecer se os sensores instalados para sinalizar um problema no fechamento das portas funcionaram corretamente. 

Outros casos

Na noite de quarta para quinta-feira, um morador de rua morreu após ter sido atropelado por um trem do metrô em Paris. Essas duas tragédias fizeram com que a RATP garantisse que vai "reforçar ainda mais" as campanhas de prevenção de acidentes.

A equipe da RATP informa que é regularmente confrontada com pessoas vagando pelos trilhos e pelos túneis das linhas de metrô. Situações estressantes que às vezes terminam em tragédia e trauma para os motoristas.

Em Paris, o número de usuários de crack voltou a aumentar, principalmente nas estações de metrô do norte da capital, segundo reportagens da publicadas recentemente pela imprensa francesa.

O número de pessoas sem teto na rede de metrô e de trens de subúrbio parisiense (RER) aumentou 18%, segundo associações que prestam ajuda a essa população carente. As brigas entre os sem teto, que são perturbados pelos drogados, são frequentes. 

(Com informações da AFP)

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