Condutor do metrô de Paris é indiciado após morte de passageira que ficou com a jaqueta presa nas portas
Um condutor do metrô de Paris foi indiciado nesta sexta-feira (28) por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), na investigação que apura a morte de uma mulher de 45 anos, no sábado (22), que foi arrastada pelo trem depois que a jaqueta dela ficou presa nas portas automáticas. A linha em que houve o acidente ficou paralisada nesta manhã.
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Apresentado a um juiz de instrução, o maquinista da linha 6 do metrô da capital, na qual fica a estação Bel-Air, onde aconteceu o acidente, estava sob custódia policial desde quinta-feira. Ele “foi indiciado pelo crime de homicídio culposo no transporte ferroviário”, indicou uma fonte judicial. A pena pode chegar a cinco anos de prisão.
“O seguimento das investigações terá como objetivo analisar todas as circunstâncias que levaram à morte da viajante”, especifica a fonte judicial, indicando que o Gabinete de Investigação de Acidentes de Transportes Terrestres (BEA-TT) também abriu um inquérito técnico.
A mulher estava acompanhada do marido e do filho, que nada puderam fazer para salvá-la.
Linhas de metrô interrompidas
Em nota, o sindicato FO-RATP denuncia que “o tratamento judicial e a ordem de prisão” a que foi submetido o funcionário “são inaceitáveis”, comparando o tratamento “como de um criminoso”.
O condutor é empregado da RATP há 15 anos. Segundo a Promotoria, os testes de álcool e narcóticos realizados no metroviário resultaram negativos. Nenhum metrô da linha 6 funcionou da abertura do serviço, às 5h45, até o meio-dia de hoje.
Em seu depoimento à polícia, o condutor afirmou que o reflexo do sol no espelho retrovisor posicionado na ponta da plataforma prejudicou sua visão sobre o fechamento das portas nos vagões. A estação onde ocorreu o acidente fatal é uma das plataformas aéreas da linha 6, com iluminação natural. A investigação também deve esclarecer se os sensores instalados para sinalizar um problema no fechamento das portas funcionaram corretamente.
Outros casos
Na noite de quarta para quinta-feira, um morador de rua morreu após ter sido atropelado por um trem do metrô em Paris. Essas duas tragédias fizeram com que a RATP garantisse que vai "reforçar ainda mais" as campanhas de prevenção de acidentes.
A equipe da RATP informa que é regularmente confrontada com pessoas vagando pelos trilhos e pelos túneis das linhas de metrô. Situações estressantes que às vezes terminam em tragédia e trauma para os motoristas.
Em Paris, o número de usuários de crack voltou a aumentar, principalmente nas estações de metrô do norte da capital, segundo reportagens da publicadas recentemente pela imprensa francesa.
O número de pessoas sem teto na rede de metrô e de trens de subúrbio parisiense (RER) aumentou 18%, segundo associações que prestam ajuda a essa população carente. As brigas entre os sem teto, que são perturbados pelos drogados, são frequentes.
(Com informações da AFP)
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