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Imprensa francesa divulga detalhes macabros sobre assassinato de menina de 12 anos em Paris

A imprensa francesa desta quarta-feira (19) trata das investigações do assassinato da adolescente Lola, de 12 anos, na semana passada em Paris. Detalhes macabros foram revelados pela polícia sobre o caso que vem sendo utilizado pela direita e extrema direita francesas para instrumentalização política.  

Homenagens se multiplicam diante do prédio onde Lola, de 12 anos, vivia com os país, no 19° distrito de Paris.
Homenagens se multiplicam diante do prédio onde Lola, de 12 anos, vivia com os país, no 19° distrito de Paris. AFP - STRINGER
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"Onda de choque" é a manchete do jornal Le Parisien, que traz as últimas informações sobre o bárbaro crime que comoveu a França. A menina foi sexualmente torturada, asfixiada e esquartejada por uma argelina de 24 anos em situação ilegal na França, que reconheceu diante da polícia ter cometido o assassinato. A mulher está atualmente detida em uma prisão na periferia da capital francesa onde terá seu estado mental avaliado por um psiquiatra nesta quarta-feira, diz a matéria.

Em um editorial indignado, intitulado de "Indecente", Le Parisien denuncia que a morte da adolescente está sendo transformada em uma polêmica política pela direita e a extrema direita francesas. Segundo o diário, Marine Le Pen, líder do partido ultraconservador Reunião Nacional, foi a primeira a acusar o governo de ser complacente com imigrantes em situação irregular. Depois, vários representantes políticos da direita e extrema direita passaram a fazer a relação entre imigração e delinquência e exigir que o governo  expulse ou prenda todos os indivíduos em situação irregular na França, "cerca de 500 mil pessoas", dizem membros do partido conservador Os Republicanos. 

O jornal Libération destaca que o ministro do Interior, Gérald Darmanin, explicou na terça-feira (18) à rádio francesa RTL que a autora do crime não tinha passagem pela polícia e chegou à França com um visto de estudante. Há cerca de um mês a mulher recebeu uma ordem para deixar o território francês já que o prazo de validade dos documentos que permitiam sua permanência no país haviam expirado. 

Libé descreve "dois campos irreconciliáveis" na Assembleia Nacional da França na terça-feira, quando o assassinato de Lola foi tema de um debate acalorado. Segundo o deputado do partido Os Republicanos Eric Pauget, a menina foi morta devido "ao laxismo da política de imigração do governo". Aplaudido pelos representantes da extrema direita, ele defendeu que a expulsão de estrangeiros ilegais deveria ser uma obrigação.

Segundo o diário, a instrumentalização do assassinato começa a incitar grupos radicais. Uma foto da menina, loira de olhos claros, é compartilhada entre influenciadores supremacistas ao lado de termos como "francocídio", expressão já utilizada pela extrema direita para classificar o assassinato do professor Samuel Paty por um jihadista em 2020.

A ultraconservadora associação Instituto pela Justiça anunciou que uma marcha será realizada na quinta-feira (20), em homenagem à Lola, uma inciativa que recebe apoio de Éric Zemmour, ícone da extrema direita francesa. Na internet, militantes anti-imigração fazem apelos por vingança que, para Libération pode ser um prenúncio de confrontos raciais. 

Detalhes do crime 

O jornal Le Figaro publica as últimas informações divulgadas pela polícia francesa sobre o caso. Lola voltava para casa da escola na última sexta-feira (14), no 19° distrito de Paris. Imagens de câmeras de segurança mostram a adolescente entrando no prédio onde vivia com o pai e a mãe, zeladores no local. Ao lado dela, a argelina Dhabia B., de 24 anos, aparece nas gravações. A autora do crime se hospedava temporiamente na casa da irmã, que vive no mesmo imóvel da família de Lola.

Para a polícia, a argelina descreveu detalhes macabros sobre o crime. A menina foi torturada sexualmente, antes de ser ferida a facadas. Mas as investigações determinaram que a vítima morreu de uma parada cardiorrespiratória após ter sua cabeça coberta por fitas adesivas.

Em seguida, o corpo de Lola foi parcialmente desmembrado e colocado em uma caixa plástica. A agressora pediu ajuda para dois homens para o transporte da caixa para um outro local. O cadáver foi finalmente abandonado e descoberto na mesma noite do crime no hall de outro prédio, a poucos metros de onde Lola morava.

Dhabia foi presa no sábado (15) em Bois-Colombes, periferia de Paris. Na segunda-feira (17), a argelina foi indiciada por assassinato de menor de 15 anos, acompanhado de estupro, tortura e atos de barbárie. 

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