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Obesos, diabéticos, gestantes, moradores de rua, detentos: quem mais sofre com o calor na França?

A França é palco nesta quarta-feira (3) do pico de uma nova onda de calor, a terceira deste verão. Os jornais franceses abordam as dificuldades da população diante deste fenômeno cada vez mais frequente e intenso.

Moradores de rua em uma calçada de Paris no último 19 de julho, durante a segunda onda de calor deste verão na França.
Moradores de rua em uma calçada de Paris no último 19 de julho, durante a segunda onda de calor deste verão na França. © AFP/Christophe Archambault
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"Por que é tão difícil aguentar o calor?", pergunta o jornal Le Parisien em sua manchete de capa. O diário explica que as altas temperaturas trazem consequências particularmente graves a determinados grupos, dependendo da idade e do estado físico de cada um.

Os termômetros devem se aproximar dos 40°C novamente nesta quarta-feira em diversas cidades francesas e "não somos todos expostos da mesma maneira aos efeitos do calor", afirma a reportagem. Especialistas explicam ao Le Parisien que as altas temperaturas são mais difíceis de serem suportadas nas grandes cidades do que nas zonas rurais. 

As pessoas idosas, obesas ou quem sofre de doenças cardíacas, relacionadas à tireoide, diabéticos e também gestantes têm mais dificuldades de enfrentar as altas temperaturas. Para os especialistas, não restam dúvidas de que lutar contra o frio é mais fácil: "Basta se cobrir, buscar abrigo em locais fechados", explica a médica Martine Duclos ao jornal. "Contra o calor, além de beber muita água e se vestir com roupas leves, estamos mais limitados", aponta.

Moradores de rua e presidiários

O jornal La Croix aborda as complicações vividas pelos moradores de rua durante os picos de calor. Centros de acolhimento de pessoas sem moradia em Paris registram superlotação em determinados horários. 

Associações de apoio dizem que são obrigadas a se adaptarem ao aumento das demandas, considerando que os episódios de forte calor se tornarão mais frequentes e intensos ao longo dos anos. Mesmo assim, a dificuldade de recepção já é percebida pelos moradores de rua. Em entrevista ao jornal La Croix, Rodolphe, que vive nas ruas da capital francesa, conta que durante a última onda de calor, há duas semanas, teve de esperar duas horas na fila para tomar um banho em um centro de acolhimento de Paris. 

Já o jornal Libération trata das condições das prisões da França durante este período: "os detentos sufocam". O diário visitou o presídio de Fresnes, na periferia da capital francesa, o segundo maior do país, "um verdadeiro forno", descreve a reportagem.

No local, funcionários "com os uniformes molhados de suor" contam ter de beber água morna devido à falta de geladeiras. Presidiários apelam pela possibilidade de tomar mais banhos, já que o regulamento local permite uma ducha a cada dois dias. de acordo com o diário, o calvário desta prisão é apenas um exemplo de um problema que diz respeito a todos os centros de detenção do país. 

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