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França: polícia prende suspeito de atacar frequentadores de festas com injeções

A França registra há meses uma série de agressões com injeções aplicadas durante festas e casas noturnas em diferentes lugares do país. Um primeiro suspeito foi preso neste fim de semana, mas as autoridades ainda não identificaram a substância injetada nas vítimas.

Ataques ocorreram durante festas em bares, discotecas ou festivais (imagem ilustrativa)
Ataques ocorreram durante festas em bares, discotecas ou festivais (imagem ilustrativa) AFP/Jean-Philippe Ksiazek
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O suspeito foi detido após cerca de 20 pessoas — quase todas mulheres — alegarem ter sido picadas durante um show na noite de sexta-feira (3). A detenção ocorreu durante a gravação de um programa do canal de televisão TF1, a principal emissora francesa, que filmava na praia de Mourillon, em Toulon, no sudeste do país.

Quando as primeiras vítimas se manifestaram, o episódio provocou tumulto e a polícia interveio. O suposto autor das injeções foi identificado por duas participantes da gravação, que afirmam ter visto o suspeito com uma seringa e que ele teria tentado picá-las.

“Várias queixas já foram prestadas”, informou o procurador Samuel Finielz. Segundo o magistrado, o homem foi indiciado por "agressão a mão armada [a agulha] com premeditação".

O suspeito, um homem de 20 anos, nasceu na Tunísia e, segundo as primeiras informações, estaria em situação irregular na França. Desempregado, ele já tinha passagem pela polícia e chegou a ser condenado em 2020 por violência doméstica.

“Ele contesta os fatos, mas diante das queixas apresentadas, a Procuradoria considerou que havia acusações suficientes”, disse o magistrado, lembrando que o tunisiano permanecerá em regime de prisão provisória. Caso venha a ser condenado, a pena pode chegar a 5 anos de prisão.

No domingo, sete vítimas passaram por exames médicos. Os resultados das análises serão conhecidos na próxima semana. As pessoas agredidas não registraram nenhum sintoma severo, com exceção de uma funcionária da segurança do local, que foi hospitalizada. “Ela passou mal, mas ainda não conseguimos determinar se esse desconforto está relacionado a uma substância nociva introduzida na seringa ou à situação estressante que ela acaba de vivenciar”, aponta Finielz.

Injeções nos braços, nas coxas e até nos tornozelos

A onda de injeções misteriosas teve início em abril, quando jovens deram queixa após terem sido atacados com injeções em bares, festivais e discotecas, em diferentes regiões do país. Mais de uma centena de denúncias foram registradas nas cidades de Lille, Béziers, Nantes, Rennes, Strasbourg, Grenoble, Nancy, Lyon, Besançon, Valence e Toulouse. As vítimas, que constataram sistematicamente marcas de picadas de agulha nos braços, nas coxas, nádegas, nos ombros ou até nos tornozelos, tiveram sintomas como vertigens, dores musculares, náuseas e perda de equilíbrio.

As autoridades ainda não conseguiram identificar a substância que é administrada nas vítimas. A hipótese do uso de GHB, conhecida como a “droga do estuprador”, foi rapidamente descartada, pois os testes realizados deram negativo para essa substância — que não precisa ser injetada e que geralmente é colocada disfarçadamente num copo de bebida. As vítimas ingerem o produto junto com a bebida, sem perceber.  

Até agora, nada indica que o homem preso em Toulon tenha alguma ligação com as ocorrências no resto do país.

(Com informações da AFP)

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