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Candidatos entram no Tinder para "seduzir" eleitores nas eleições presidenciais da França

O popular aplicativo de paquera Tinder se uniu a uma ONG de direitos civis para incentivar os jovens franceses a votar nas eleições presidenciais de abril. Os partidos políticos também invadiram o aplicativo para convencer o eleitorado. Mas algumas dessas iniciativas esbarram nas regras de uso do sistema. Alguns candidatos, no entanto, aderiram à manobra sedução e criaram seu perfil em aplicativos de paquera... de eleitores!

O logotipo do aplicativo de paquera Tinder.
O logotipo do aplicativo de paquera Tinder. GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP
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Por Raphael Morán

A partir desta quinta-feira (17) e até 8 de abril, todos os usuários entre 18 e 25 anos no aplicativo Tinder na França verão um anúncio para incentivá-los a votar.

A mensagem “Se você paquera perto de casa, vote perto de casa!” aparecerá entre os perfis dos usuários cadastrados e redirecionará para o site da organização civil não partidária 'A Voté' ('Já votou'), que disponibiliza o passo a passo para votar nas eleições presidenciais de 2022.

Para isso, a organização criou um anúncio em forma de "Swipe Video Card", uma espécie de mini-vídeo em quatro partes.

Na França, embora o registo eleitoral seja automático, muitos jovens não estão devidamente cadastrados, principalmente porque se mudaram de endereço. Em 2017, 7,6 milhões de cidadãos franceses não estavam devidamente registrados nas listas eleitorais. Estima-se que 51% dos jovens entre 25 e 29 anos não estejam cadastrados corretamente, segundo a socióloga Céline Braconnier.

Os jovens, que representam quase 50% dos utilizadores do Tinder, são especialmente afetados pela abstenção porque, como estão mal registados, “ele têm três vezes mais probabilidades de se absterem [nas eleições]”, alerta a ONG em comunicado.

Por isso, o aplicativo de namoro mais usado no mundo quis dar à organização a oportunidade de “ajudar as gerações mais jovens a reconhecer que, juntas, elas têm voz”, explica Ben Puygrenier, porta-voz do Tinder na França.

“A democracia deve estar mais próxima dos jovens, onde as opiniões são formadas e debatidas”, afirmam os copresidentes da ONG, Flore Blondel-Goupil e Dorian Dreuil.

O Tinder apoiou outras iniciativas no passado (com consentimento dos internautas) e em outros países, como as eleições nos Estados Unidos em 2020 ou na Alemanha em 2021.

Após a taxa recorde de abstenção nas eleições regionais e departamentais francesas de 2021, várias iniciativas digitais surgiram para incentivar os jovens a atualizar seus dados eleitorais.

Os candidatos também estão no Tinder

Recentemente, a "juventude macronista" (apoiadora de Macron, "JAM", na sigla em francês) utilizou suas contas em aplicativos de paquera para dar ânimo extra à sua campanha e seus encontros com a população, incentivando os jovens a votar, mas o Tinder ameaçou proibir esses perfis, criados unicamente para a campanha política.

Os ativistas de cada partido também anunciaram que farão campanha no Grindr e Bumble, outros aplicativos de paquera e namoro, contemplando todas as opções sexuais.

Apoiadores do candidato ecologista Yannick Jadot também anunciaram que vão criar contas com uma foto do candidato presidencial para chamar a atenção dos usuários do aplicativo e redirecioná-los para o site da campanha.

Veja a captura de tela de um anúncio eleitoral a favor do candidato Yannick Jadot no aplicativo de namoro Tinder:

(Com AFP e imprensa francesa)

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