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França: Campanha presidencial começa com Macron onipresente, mas ausente dos palanques

Com a definição do candidato da direita às eleições presidenciais de 2022 na França, só falta um concorrente no palanque: o presidente Emmanuel Macron, que ainda não oficializou sua candidatura, mas todos sabem que provavelmente irá concorrer a um segundo mandato. A campanha já está a todo vapor, como relata a imprensa nesta segunda-feira (6).

Os primeiros comícios dos principais candidatos às eleições presidenciais de 2022, no fim de semana, são amplamente analisados pela imprensa francesa nesta segunda-feira, 6 de dezembro de 2021.
Os primeiros comícios dos principais candidatos às eleições presidenciais de 2022, no fim de semana, são amplamente analisados pela imprensa francesa nesta segunda-feira, 6 de dezembro de 2021. © Fotomontagem RFI/ Adriana de Freitas
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A postulante da direita, Valérie Pécresse, vencedora no último sábado (4) da disputa interna no partido Os Republicanos (LR), entra na batalha com um programa econômico marcado pelo rigor na gestão dos gastos públicos e a promessa de aumento de salários, informa o jornal Les Echos. Ela espera, assim, atrair o eleitorado conservador, hoje dividido entre Macron e os dois candidatos de extrema direita, Marine Le Pen e Eric Zemmour. No entanto, a proposta de saneamento das contas públicas ainda não tem garantias, e o empresariado está reticente à ideia de financiar um reajuste dos salários após quase dois anos de pandemia. A equação se complicou com o retorno da inflação, que chegou a 2,8% em novembro no ritmo anual.

Valérie Pécresse é considerada a adversária mais perigosa para Macron. Aos eleitores de direita que bandearam para o lado do centrista, ela tem destacado duas prioridades: colocar um ponto final no endividamento contínuo do país e manter uma política de oferta, diz o diário liberal.  

O conservador Le Figaro fala de Pécresse com entusiasmo: ela derrotou quatro concorrentes homens em seu partido, tem experiência local e nacional, além da vantagem de ser mulher, o que dá um ar de modernidade para a campanha de 2022. "Os desafios são grandes, mas a batalha não está perdida", acredita o diário conservador. 

Le Monde analisa o primeiro comício do candidato outsider de extrema direita Eric Zemmour, no domingo (5), no subúrbio de Saint-Denis, ao norte de Paris, área que concentra muitos descendentes de imigrantes. Em estilo semelhante ao do americano Donald Trump, escreve o Monde, Zemmour atacou os jornalistas, as elites e os juízes. Iniciante na política, o ex-editorialista do Le Figaro e do canal de TV CNews negou ser fascista, apesar das polêmicas declarações racistas, misóginas e xenófobas, que atingem judeus e muçulmanos.

Enquanto falava para a plateia de 11 mil simpatizantes, um grupo de apoiadores de Zemmour arrumou uma briga com militantes da ONG SOS Racismo, que tinham ido ao local protestar contra a retórica extremista do candidato.  

Zemmour também foi agredido por um homem que torceu seu braço. O candidato precisou ser retirado da sala sob proteção policial. Um homem suspeito de ser o autor da agressão foi detido e um inquérito irá apurar as circunstâncias das violências. 

Mélenchon fala para "outra França"

O Libération diz que Macron não tem pressa de oficializar sua candidatura e age da mesma maneira que seus antecessores. A França assume em janeiro a presidência rotativa da União Europeia, e o chefe de Estado poderá mostrar sua capacidade de liderança no cenário europeu sem entrar na guerra suja com os adversários. O centrista já tem uma equipe de campanha trabalhando em seu programa. Dois temas estão na agenda, segundo o Libération: a regulamentação da eutanásia e o aumento da idade mínima da aposentadoria.

O jornal progressista destaca o primeiro comício de Jean-Luc Mélenchon, do partido A França Insubmissa (LFI), realizado no domingo em uma sala no Arco de La Defense, a oeste da capital. O candidato da esquerda radical chamou Macron a descer do pedestal, entrar na arena e enfrentar os questionamentos dos adversários sobre seu balanço de governo. 

"Mélenchon falou para uma outra França", avalia o Libération. "Caso eu seja eleito, vou editar uma lei de emergência social. Aqueles que ganharam muito com a crise sanitária terão de pagar muito para repará-la. Os preços dos produtos de primeira necessidade serão congelados", prometeu o líder da esquerda radical.

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