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França lembra 20 anos da explosão na usina AZF: um dos piores acidentes industriais do país

Os jornais franceses desta terça-feira (21) tratam do aniversário de 20 anos da explosão da usina química AZF, em Toulouse, no sudoeste da França, a pior catástrofe industrial no país desde a Segunda Guerra Mundial. 

Acidente na usina AZF deixou 21 mortos e cerca de 2.500 feridos em 21 de setembro de 2001, em Toulouse, no sudoeste da França.
Acidente na usina AZF deixou 21 mortos e cerca de 2.500 feridos em 21 de setembro de 2001, em Toulouse, no sudoeste da França. AFP - ERIC CABANIS
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O jornal Les Echos lembra que o acidente, em 21 de setembro de 2001, deixou 31 mortos e 2.500 feridos. Às10h17 daquela sexta-feira, um galpão da empresa que armazenava 300 toneladas de nitrato de amônio agrícola e industrial explodiu, causando um tremor de intensidade 3,4 na escala Richter. 

A explosão causou danos em 35 mil residências, devastando não apenas as instalações dessa empresa que produzia fertilizantes como outros prédios na mesma região, como um hospital psiquiátrico, a Escola de Química de Toulouse e uma escola de ensino médio. 

"Vinte anos após a explosão da AZF, Toulouse ainda trata suas feridas" é manchete do jornal Le Figaro desta terça-feira. O diário lembra que entre os 31 mortos, 21 faleceram dentro da usina. Outros dez morreram na explosão que estilhaçou janelas e veículos a vários quilômetros do local do acidente. 

O diário entrevistou pessoas que testemunharam a explosão, que contam que pedaços de prédios e veículos destruídos pelo impacto caíam por tudo e uma fumaça cinza tomou a cidade, tornando o ar irrespirável. Pessoas ensanguentadas se acumulavam pelas ruas, acreditando ter sido vítimas de um atentado - já que o acidente ocorreu apenas 10 dias após os ataques do 11 de setembro nos Estados Unidos. 

Batalha da justiça

O jornal Les Echos também destaca o longo processo na Justiça após a catástrofe: uma saga que terminou em dezembro de 2019, quando a companhia Grande Paroisse, na época filial da gigante Total que gerenciava a usina, foi condenada a pagar uma multa de € 225 mil. Já o diretor da AZF, Serge Biechlin, recebeu a pena de 15 meses de prisão com sursis e uma multa de € 10 mil por ferimentos e homicídios involuntários.

Apesar das investigações terem mostrado que a explosão foi acidental, após o descarte de dejetos tóxicos junto a sacos de nitrato de amônio - produtos incompatíveis - muitos membros de associações de vítimas e de ex-funcionários da empresa duvidam da tese. 

O jornal Le Monde destaca que a catástrofe resultou na elaboração da "lei de riscos", que reforça os meios de controle de instalações e determina a aplicação de planos de prevenção e riscos nas empresas. Mas a população de Toulouse ainda vive as consequências da catástrofe: além de diversos tipos de câncer, a prefeitura reconheceu recentemente que outras doenças podem ter sido desenvolvidas pelos cidadãos que estavam a um perímetro de até 220 hectares da AZF no dia da explosão.

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