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França: eleição presidencial será "escolha de civilização", diz Marine Le Pen

A afirmação foi feita pela líder do partido Reunião Nacional durante um discurso em Fréjus, no sul no país, onde confirmou sua candidatura à presidência francesa. Segundo ela, a eleição presidencial de 2022 não será apenas uma escolha da sociedade, como foram os pleitos anteriores, mas "uma escolha de civilização, uma escolha para o futuro de nossos filhos, uma escolha de segurança e potência para o nosso país. Uma escolha de liberdade e independência".

Marine Le Pen, ao lado do número 2 do partido Reunião Nacional, Jordan Bardella, neste domingo em Fréjus.
Marine Le Pen, ao lado do número 2 do partido Reunião Nacional, Jordan Bardella, neste domingo em Fréjus. AFP - VALERY HACHE
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Marine Le Pen fez seu discurso diante de cerca de 900 militantes reunidos no teatro romano da cidade, que a receberam aos gritos de "Marine presidente." "Não haverá duas alternativas em 2022", salientou Le Pen. "Será a diluição da França pela desconstrução e submersão migratória, ou o sobressalto que fará a França entrar no terceiro milênio, envolvida pela ideia de nação", disse a candidata, em alusão à "teoria" conhecida como "A Grande Substituição", criada pelo intelectual francês Renaud Camus.

As ideias do escritor inspiram o supremacismo branco global e foram citadas por autores de atentados como Brenton Tarrant, condenado pela morte de mais de 50 pessoas em duas mesquistas de Christchurch, na Nova Zelândia, em março de 2019.

"Chegamos a um cruzamento: uma das vias conduz ao abismo e a outra ao topo", reiterou. "Na França, os franceses têm o direito de viver como franceses. Os delinquentes serão neutralizados. Os delinquentes franceses vão para a prisão e os estrangeiros, para o avião", declarou, prometendo um projeto de lei sobre a imigração, que será apresentado no início de outubro e submetido a referendo, caso a candidata seja eleita. De acordo com as pesauisas, Marine Le Pen tem 24% das intenções de voto no primeiro turno, mas perderia para o presidente Emmanuel Macron no segundo turno. 

Contra o passaporte sanitário

Le Pen também criticou a adoção do passaporte sanitário na França. Em sua opinião, a medida fere as liberdades individuais. Ela e seus aliados, entretanto, "não são contrários à vacinação contra a Covid-19", sublinhou. Como de costume, a candidata de extrema direita atacou a "ditadura" imposta pela União Europeia e prometeu incluir na Constituição, após um referendo, a superioridade do direito francês sobre o direito internacional. "As decisões internacionais contrárias a um princípio constitucional não poderão ser aplicadas", resumiu.

Le Pen também buscou demonstrar simpatia pela causa feminista, ao mesmo tempo que criticou o Islã. Ela prometeu libertar as mulheres do obscurantismo dos "talibãs locais", em alusão ao véu islâmico, e propôs que as pessoas condenadas por assédio sexual integrem um cadastro de criminosos e delinquentes sexuais.

Depois do discurso, Marine Le Pen passou a palavra para Jordan Bardella, que assumirá a liderança do partido durante sua campanha presidencial. Ele pediu aos militantes que "arregaçassem as mangas" para ajudar a candidata e atacou seus adversários políticos, principalmente o presidente francês, Emmanuel Macron, "um homem de nenhum lugar que não leva para lugar nenhum", declarou." Ele prometia uma revolução e não concluiu nenhuma de suas reformas." O líder de extrema direita, de 26 anos, também criticou a prefeita de Paris, "que transformou os bairros da capital em terrenos baldios", e a ala ecologista, "que apoia o islamismo" e a "imigração ilimitada."

(Com informações da AFP)

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