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Campeã de surfe Maya Gabeira participa de ato na França contra a pesca predatória

A campeã brasileira de surfe Maya Gabeira mergulhou com cerca de 30 pessoas, neste sábado (4), em uma praia em Marselha, no sul da França, para reivindicar restrições à pesca de arrasto, que ameaça a biodiversidade e o clima.

A sufista Maya Gabeira caminha na praia em Marselha, no sul da França, neste sábado, 4 de setembro de 2021. A atleta participou de ato contra a pesca predatória.
A sufista Maya Gabeira caminha na praia em Marselha, no sul da França, neste sábado, 4 de setembro de 2021. A atleta participou de ato contra a pesca predatória. AFP - NICOLAS TUCAT
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No dia seguinte à abertura do congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que acontece em Marselha, quatro organizações quiseram chamar a atenção para o impacto que a pesca de arrasto de fundo tem no clima.

Como explica Nicolas Fournier, da ONG Oceana, essa prática raspa o fundo do mar, fazendo que "todos os sedimentos levantados liberem carbono na água".

Esse tipo de pesca provoca a liberação de "centenas de milhões de toneladas de dióxido de carbono nos oceanos todos os anos, um volume de emissões semelhante ao da aviação", informou um estudo publicado em março passado na revista Nature.

Maya Gabeira participou da iniciativa, que também contou com a presença do comissário europeu de Meio Ambiente, Virginijus Sinkevicius.

"Oceano manda"

Junto com os nadadores matinais, Maya defendeu que é preciso "respeitar o oceano, porque é ele que manda". De Marselha, a surfista quis ajudar a dar voz e visibilidade às quase 150.000 pessoas que assinaram uma petição pela proibição deste tipo de pesca na Europa - a começar pelas áreas marinhas protegidas, nas quais está autorizada.

O grupo espera que o plano de ação para os oceanos que a União Europeia deve apresentar nos próximos meses inclua avanços nesse sentido.

"Isso vai exigir trabalho, fundos e argumentos científicos sólidos, mas tenho quase certeza de que, se trabalharmos corretamente, se explicarmos a causa [...] poderemos, realmente, encontrar um modelo de pesca que deixaria [de intervir] em áreas marinhas protegidas", disse Virginijus Sinkevicius.

O comissário ressaltou, porém, que é preciso incluir o setor industrial da pesca. Ele lembrou que "nossa frota é muito dependente desta técnica, e temos de estar atentos ao impacto social" decorrente de possíveis restrições.

Na sexta-feira (3), o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que a França sediará uma cúpula ambiental dedicada à proteção dos oceanos no final de 2021, ou início de 2022.

(Com informações da AFP)

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