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Dois adolescentes são assassinados em brigas de gangues na França em menos de 48 horas

Duas brigas entre gangues de adolescentes na região de Essonne, ao sul de Paris, resultaram na morte de uma garota de 14 anos e de um garoto da mesma idade esfaqueados no início desta semana. Os conflitos, de acordo com a polícia, não têm relação entre si, mas são sinal do aumento da violência entre jovens.

Escola em Saint-Cheron, em Essone, onde foi morta uma adolescente de 14 anos durante uma briga de gangues.
Escola em Saint-Cheron, em Essone, onde foi morta uma adolescente de 14 anos durante uma briga de gangues. © AFP - STEPHANE DE SAKUTIN
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Na tarde de terça-feira (23), cerca de 30 adolescentes saíram de duas cidades vizinhas, Epinay-sous-Sénart  e Quincy-sous-Sénart, para uma briga em Boussy-Saint-Antoine. Durante o confronto, um adolescente de 14 anos foi esfaqueado e morreu, um segundo de 13 anos foi gravemente machucado na região da garganta e teve de ser operado.

Seis jovens foram presos na sequência, todos com 17 anos. Ainda na terça-feira, um adolescente de 15 anos, acompanhado pela mãe, se entregou à polícia dizendo ser o autor do golpe mortal.

A morte aconteceu no dia seguinte ao assassinato de uma garota de 14 anos com um golpe de faca na barriga nas proximidades de uma escola da cidade de Saint-Chéron, também durante uma briga entre grupos rivais. A jovem teria entrado no meio de um conflito entre dois grupos, um deles teria vindo da cidade vizinha de Dourdan, a dez quilômetros de lá.

Aumento de casos

Só no ano passado, o departamento de Essonne registrou 91 brigas como estas, de acordo com o secretário de segurança pública local, Eric Jalon. Ele aponta um crescimento deste tipo de violência na região: em 2019 foram 56 casos. “Estas brigas entre grupos aumentaram ao mesmo tempo em quantidade e na intensidade da violência”, disse na manhã desta quarta (24) em entrevista à FranceInfo.

Dois outros casos de morte haviam sido registrados no ano passado em Massy e em Draveil, duas outras cidades também ao sul de Paris. “Estamos diante de um fenômeno que é mais ou menos organizado, mais ou menos estruturado e que podem muito rápido despertar rivalidades e ódios entre jovens de bairros diferentes ou de áreas diferentes, às vezes, sem que possamos mesmo conhecer as razões”, completou Jalon.

Banalização da violência

Para o sociólogo Michel Fize, especialista em comportamento de jovens, o que chama a atenção “é o uso mais frequente de armas, sejam armas brancas, como facas, ou tacos de beisebol, muletas e tudo o que pode ser usado”, afirma em entrevista à RFI.

O sociólogo acredita que esta é mais uma mostra da “banalização de condutas violentas, não apenas entre os adolescentes, mas em toda a sociedade. Nós nos tornamos uma sociedade violenta sob o império da força, que substitui o respeito à regra do direito”, analisa.

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, anunciou o envio de reforço policial com 90 guardas nas duas cidades em que os confrontos aconteceram.

* Com informações da AFP

 

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