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França/reforma

Em votos de Ano-Novo, Macron deve defender reformas e o "Estado-providência do século 21"

O presidente francês Emmanuel Macron deve defender a reforma da Previdência durante os tradicionais votos de fim de ano, nesta terça-feira (31). O chefe de Estado também deve se mostrar aberto ao diálogo, segundo o palácio do Eliseu, a sede da presidência francesa.

O presidente Emmanuel Macron defende que reformas são necessárias, apesar da paralisação
O presidente Emmanuel Macron defende que reformas são necessárias, apesar da paralisação Christophe ARCHAMBAULT / AFP
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A alocução será transmitida em rede nacional de rádio e TV. A reforma, afirma o Eliseu, “trata-se de um progresso social que corrige inúmeras desigualdades e beneficia as mulheres, os autônomos, os agricultores e carreiras menos linearidades.” Para Macron, as mudanças defendidas pelo governo contribuem para a construção do “Estado-providência do século 21.”

O presidente francês não deverá entrar em detalhes sobre a reforma, apesar da greve que mobiliza o país há 26 dias contra as novas regras da aposentadoria. Em seu discurso, Macron defenderá que é “discutindo que surgem as soluções para os conflitos” e também “convidará os franceses a resistir à tentação do imobilismo”.

O presidente lembrará que foi eleito para transformar o país e fazer as adaptações necessárias no sistema, esperadas “há muito tempo.”O chefe de Estado francês deve citar alguns dos resultados obtidos com mudanças colocadas em prática pelo seu governo. Entre elas, a queda do desemprego e a atratividade do país junto aos investidores.

Macron também deve lembrar das repostas geradas pelo chamado “grande debate nacional.” As discussões, lançadas depois do início do movimento dos coletes amarelos, levou o próprio presidente e seu primeiro-ministro, Edouard Philippe, a debater diretamente com a população questões envolvendo a queda do poder aquisitivo, excesso de impostos entre outros temas. A ideia, neste fim de ano, é levar a mensagem de que a solidariedade e a unidade levam à superação das crises.

Para muitos sindicatos franceses, já está na hora do governo admitir que a reforma deve ser retirada. “O governo já foi obrigado a fazer concessões”, declarou o secretário-geral do sindicato Força Operária, Yves Veyrier, citando os bombeiros, policiais e pilotos, que manterão as aposentadorias especiais. “Sem dúvida será um discurso para trazer um pouco de coesão. Mas levando em conta o calendário de negociações de 7 a 22 de janeiro, não espero grandes anúncios, disse o representante da Sud-Rail, Fabien Dumas.

Paralisação continua

Nesta segunda-feira (30), a mobilização contra a reforma entrou no vigésimo sexto dia. O transporte público ainda funciona parcialmente, com trens, metrôs e ônibus lotados. A paralisação já supera o movimento de dezembro de 1995, que durou 24 dias. A ministra da Transição Ecológica, Elisabeth Borne, pediu aos funcionários da companhia de metrô, RATP, e de trens, SNCF, que tomassem conhecimento dos “avanços” que já foram feitos nas negociações com o governo, com “fortes garantias.” A ministra francesa pediu “serenidade”.

Na Ópera de Paris, onde 50 apresentações foram canceladas, os grevistas também mantêm a paralisação, apesar da promessa do governo de que apenas os bailarinos contratados a partir de 2022 terão que se alinhar ao novo sistema. Os músicos da orquestra também devem dar um concerto gratuito nesta terça-feira (31) na frente da Ópera da Bastilha.

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