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França/ Terrorismo

Relatório revela que militares franceses foram recrutados pelo grupo Estado Islâmico

O último relatório do Centro de Análise do Terrorismo, o CAT na sigla em francês, sobre “militares e jihad”, revela que ex-legionários, paraquedistas e militares em geral do Exército francês foram presos por envolvimento em projetos de atentados na França ou viraram chefes de unidades de combate do grupo Estado Islâmico. O jornal Le Figaro traz em primeira mão nessa quarta-feira (18) os resultados do documento.

Operação do exército francês contra o grupo Estado Islâmico no Mali e Niger em junho de 2019.
Operação do exército francês contra o grupo Estado Islâmico no Mali e Niger em junho de 2019. Image: État-major des armées
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Segundo o relatório, o número de militares que se uniram ao jihad é de aproximadamente 30. “Um número pequeno se comparado ao total dos efetivos, mas uma ameaça real se imaginamos o impacto de um atentado realizado por essas pessoas”, diz Le Figaro.

Para o CAT, o exército é um alvo importante de recrutamento para os grupos terroristas. Muitos se unem as tropas do jihad ocupando postos estratégicos de acordo com sua experiência.

Este foi o caso de Abdelilah H., ex-legionário no Afeganistão, cujo paradeiro é desconhecido. Ele criou sua própria brigada, que tinha entre os membros terroristas que participaram do atentado de 2015 no Bataclan, em Paris.

Motivações

A adesão ao islã radical, segundo o relatório citado no jornal, varia de acordo com o perfil dos indivíduos. Alguns se convertem ainda no exército e outros quando já deixaram o serviço. Em alguns casos o projeto começa antes de servir.

Confrontado ao problema que começou a ser exposto em junho pelo relatório parlamentar sobre “os serviços públicos face à radicalização”, o exército reagiu afirmando que a instituição militar é normalmente pouco permissiva com comportamentos incompatíveis com suas atividades, mas afirmou aumentar a vigilância porque o nível da ameaça é importante. Segundo a Direção de informação e de segurança da Defesa, citada por Le Figaro, o nível de alerta sobre uma ameaça de radicalização no Exército é considerado pouco elevado, devido ao pequeno número de soldados convertidos.

Segundo o jornal, o fenômeno apareceu na Bósnia e continuou no Afeganistão, mas com o conflito na Síria e no Iraque, virou um fenômeno sociais. A radicalização de soldados já foi tratada inclusive pela ficção. Na série americana Homeland, o personagem Nicholas Brody, um soldado que passa oito anos sequestrado pela Al-Qaeda, após ser liberado por em uma operação militar, se torna um risco para a segurança nacional dos Estados Unidos ao voltar para casa.

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