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Linha Direta

Alemanha: integração de migrantes ao mercado de trabalho é crescente

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Quatro anos depois que a Alemanha abriu as fronteiras para refugiados da guerra na Síria e no Iraque, no auge da crise migratória na Europa, quase 400 mil dos que chegaram desde então ao país em busca de refúgio já estão empregados. Os novos números parecem contradizer os piores temores daqueles que criticaram a política de portas abertas da chanceler Angela Merkel

Feira de emprego para refugiados e migrantes, organizado por cerca de 200 empresas e consultorias que fornecem informações sobre como encontrar ofertas de emprego e formação profissional. Berlim 25/01/17
Feira de emprego para refugiados e migrantes, organizado por cerca de 200 empresas e consultorias que fornecem informações sobre como encontrar ofertas de emprego e formação profissional. Berlim 25/01/17 STEFFI LOOS / AFP
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Do correspondente da RFI em Berlim

Segundo o Instituto para Pesquisa de Mercado de Trabalho e Profissão (IAB) da Alemanha, um número cada vez maior dos que entraram no país a partir de 2015 em busca de refúgio consegue emprego na Alemanha.

Já entraram no mercado de trabalho alemão, conforme o instituto, cerca de 35% daquelas pessoas em idade ativa vindas dos oito países de origem mais importantes. São eles: Síria, Afeganistão, Iraque, Eritreia, Paquistão Nigéria, Somália e Irã.

Isso corresponde a cerca de 400 mil pessoas. E a tendência é de crescimento, avisa o instituto. Em agosto do ano passado esse número era ainda de cerca de 306 mil.

Profissões mais simples

Entre os 400 mil que encontraram trabalho, quase a metade foi empregada para desempenhar funções assistência em profissões mais simples, muitos em regime de tempo parcial e em grande parte em áreas como de produção, limpeza, gastronomia e agricultura.

Mas o instituto ressalta também que só uma pequena parcela tem se dedicado a cursos de formação profissional: dos 1,2 milhão desses migrantes citados na estatística, somente 44 mil estão fazendo atualmente um curso profissionalizante. Por isso, os especializas alertam ser preciso haver maior investimento na formação profissional para possibilitar uma melhor integração dos estrangeiros.

No auge da crise de refugiados, quatro anos atrás, a chanceler Angela Merkel foi muito criticada. Uma das consequências políticas da crise foi a ascensão e a entrada no Parlamento alemão de um partido de extrema direita, em 2017. Esses novos números do mercado de trabalho chegam a repercutir no clima político do país?

O partido de ultradireita AfD ainda continua com força nas pesquisas de intenção de voto e ainda tem a maior bancada parlamentar de oposição. Mas apresenta uma discreta tendência de queda, enquanto os conservadores de Merkel mostram sinais de recuperação, ainda que fracos.

Estabilidade e meio ambiente

Mas a economia da Alemanha continua estável, a taxa de desemprego permanece baixa, e à medida que os refugiados vão se integrando os argumentos xenófobos da extrema direita vão perdendo força.

A expectativa é que com esses novos números e a própria diminuição da entrada de refugiados registrada ultimamente, a política de migração deixe de ser um tema dominante como vinha sendo nas últimas eleições, e o meio ambiente volte a ganhar um maior destaque. Um indício disso é a alta popularidade atual do Partido Verde. Ele está em segundo lugar nas pesquisas, quase emparelhado com os conservadores de Merkel.
 

 

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