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Reino Unido

Após derrota, May anuncia formação de novo governo para conduzir o Brexit

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira (9) a formação de um novo governo que "conduzirá o Brexit", apesar de seu partido conservador ter perdido a maioria absoluta nas eleições legislativas da véspera.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira a formação de um novo governo que "conduzirá o Brexit".
A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira a formação de um novo governo que "conduzirá o Brexit". Reuters
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O anúncio foi feito após um breve encontro com a rainha Elizabeth II, a quem a premiê britânica pediu oficialmente autorização para formar um novo governo. Como já havia sido adiantado por sua equipe, May indicou que a nova administração contará com o apoio do Partido Democrata Unionista, da Irlanda do Norte.

"Acabo de me encontrar com a majestade e vou agora formar um governo que possa dar confiança e fazer avançar o Reino Unido neste momento crítico", declarou. Segundo ela, a nova administração guiará o país nas negociações cruciais sobre o Brexit, que devem começar daqui a dez dias, e "responderá às expectativas dos britânicos, realizando a saída da União Europeia".

No entanto, para se aliar ao Partido Conservador, os democratas unionistas, que obtiveram 10 cadeiras no Parlamento, exigem uma postura mais flexível em relação ao Brexit.

Apesar de ter vencido as eleições legislativas, realizadas na quinta-feira (8), os conservadores perderam a maioria no Parlamento. Eles obtiveram 318 das 326 cadeiras que precisariam ter ganho para governar sem a necessidade de uma coalizão.

"Brexit duro" deve dar lugar à diplomacia

O resultado das eleições deve afetar a maneira como o Reino Unido vai negociar sua saída da União Europeia. O chamado "hard Brexit", ou o "Brexit duro", defendido por May, provavelmente terá de dar lugar a negociações mais diplomáticas e que coloquem na mesa os interesses dos cidadãos europeus vivendo no Reino Unido e o possível acesso dos britânicos ao mercado comum europeu.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, declarou esperar que o bloco não enfrente mais atrasos nas discussões do Brexit e nas conclusões para a negociação da saída do Reino Unido da União Europeia devido ao resultado dessa eleições. Juncker disse que a Comissão Europeia está pronta para abrir as negociações a partir deste sábado (10).

Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, insistiu para que os britânicos façam de tudo para agilizarem um acordo. "Não sabemos quando as discussões vão começar, mas sabemos quando deve terminar", reiterou.

O negociador europeu responsável pelo Brexit, Michel Barnier, indicou que as discussões devem começar quando o Reino Unido estiver pronto. Ele também pediu uma união nos esforços para conclusão de um acordo o mais rápido possível.

Já o comissário Europeu para assuntos econômicos e financeiros, Pierre Moscovici, fez declarações mais duras. Segundo ele, May "perdeu sua aposta" e a "situação dela agora não é muito simples".

A saída do Reino Unido da União Europeia foi oficialmente lançada em 29 de março. Bruxelas esperava ter dado início formal às discussões a partir do dia 19 de junho, mas o fracasso de May pode prejudicar o calendário.

Renúncia descartada

Com o anúncio da formação de governo, a premiê acabou também com todas as especulações em torno de uma possível renúncia.

Os partidos de oposição, liderados por Jeremy Corbyn do Partido Trabalhista, pediam a saída da premiê. Os trabalhistas, aliás, conseguiram um resultado surpreendente, conquistando 262 assentos – 29 a mais do que obtiveram em 2015.

Corbyn, que nos últimos dois anos enfrentou críticas e pedidos de renúncia dentro do próprio partido, foi fortalecido por esta eleição. Segundo analistas, o que pesou a favor de Corbyn foi sua popularidade entre os eleitores mais jovens. Essa parcela do eleitorado compareceu em massa às urnas – cerca de 70% dos jovens registrados para votar fizeram questão de exercer seu direito. Em 2015, apenas 40% deles foram às urnas.

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