Novos confrontos marcam segundo dia de greve na Grécia
Confrontos violentos marcaram o segundo dia de greve geral e protestos na Grécia, contra um novo plano de austeridade que foi aprovado hoje pelo Parlamento do país. Um homem morreu depois de ter um ataque cardíaco durante as manifestações.
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Em Atenas, mais de 50 mil pessoas realizaram uma passeata nas ruas centrais para protestar contra o plano. O pacote é uma exigência dos principais credores da Grécia, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, para continuar ajudando o país a diminuir o déficit e evitar a falência.
Ontem, em uma votação preliminar, o plano já tinha sido aprovado pela maioria socialista e o resultado foi confirmado hoje, com a votação definitiva. O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, parabenizou a votação em uma carta, lida pelo presidente do Parlamento, e anunciou a exclusão do partido da ex-ministra do Trabalho, Luka Katselida, a única deputada socialista que votou todos os artigos, menos o 37, que congelava as convenções coletivas por setor. O projeto também previa a redução dos benefícios do funcionalismo público.
Em meio à manifestação, um grupo de comunistas entrou em confronto com jovens encapuzados, nas proximidades do Parlamento. Eles usavam bastões de madeira e ferro. Cerca de 16 pessoas ficaram feridas, a maioria por pedras ou destroços de coquetéis molotov. A polícia jogou gás lacrimogêneo nos envolvidos para dispersar o tumulto.
Também durante o protesto, um homem de cerca de 50 anos foi internado após sentir um mal-estar enquanto participava da manifestação, e morreu horas depois. A direção do hospital de Atenas onde ele foi atendido afirmou que o homem sofreu um ataque cardíaco e não apresentava ferimentos. A polícia não fez comentários sobre a causa da morte: apenas informou que ele se retirou da passeata para procurar socorro e foi levado de ambulância para o hospital.
A notícia da morte provocou críticas da oposição, que acusou o governo de perder o controle da situação no país e a polícia, de omissão. Enquanto isso, os dirigentes da zona do euro parecem distantes de um acordo para resolver a crise na moeda única, a três dias de uma cúpula em Bruxelas, vista como decisiva para evitar o contágio da crise grega para outros países europeus.
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