Justiça italiana retoma caso Ruby sem Berlusconi
O premiê italiano, que está em visita a Bucareste e não irá comparecer à audiência, é acusado de ter utilizado os serviços de uma prostituta menor e de abuso de poder. O processo conhecido como Rubygate, nome da garota de programa marroquina envolvida no caso, está sendo julgado no Tribunal de Milão.
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A audiência desta terça-feira será dedicada à análise de questões preliminares e administrativas envolvendo o processo. A defesa deve questionar se o tribunal de Milão é a instância competente para julgar o caso. Os advogados alegam que as festas aconteceram na sua residência em Arcore, na periferia de Milão. A defesa, segundo informações do escritório Ghedini-Longo, também deve refutar a ideia de abuso de poder, crime passível de 12 anos de prisão.
Segundo a acusação, o premiê teria saído com a prostituta Karima El Mahroug, conhecida Ruby, pelo menos dez vezes, entre fevereiro e maio de 2010, quando ela ainda era menor de idade. O crime é passível de três anos de prisão. Os dois negam terem mantido relações sexuais. Berlusconi também é acusado de ter pressionado a polícia de Milão para liberar Ruby, acusada de roubo. Na época, ele justificou que agiu para evitar um incidente diplomático, pensando que a garota era sobrinha do ex-presidente Hosni Mubarak.
O premiê italiano também é acusado de outros dois crimes: corrupção de testemunha e superfaturamento de direitos televisos pela Mediaset, grupo de comunicação que canais de TV e Internet fundado por ele em 1993. Berlusconi, que amarga uma derrota nas eleições municipais,inclusive em Milão, deve reunir seus aliados ainda nesta terça-feira para decidir qual será a próxima estratégia política de seu partido, Povo da Liberdade. Um Conselho de Ministros e uma reunião da presidência estão previstos na sua chegada a Roma. Segundo o premiê, é preciso que o partido se fortaleça regionalmente.
Para analistas italianos, Berlusconi pode modificar a estrutura do partido e lançar como futuro substituto o atual ministro da Justiça Angelino Alfano. A Liga do Norte poderia até mesmo mudar de nome para evitar problemas judiciais com representações locais do ex-aliado Gianfranco Fini , presidente da Câmara dos Deputados, que deixou o partido depois em 2010. Em tom de ameaça, Berlusconi já disse que seus adversários vão se "arrepender" pelo seu fracasso nas urnas.
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