Estudantes britânicos anunciam novos protestos contra o governo
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou nesta terça-feira uma investigação aprofundada sobre as manifestações de estudantes contra o aumento das anuidades universitárias. O protesto desta segunda-feira em Londres terminou em atos de vandalismo na sede do partido conservador, atualmente no poder.
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De Jader de Oliveira, correspondente da RFI, em Londres,
A violência dos protestos estudantis desta segunda-feira pegou todo mundo de surpresa e o primeiro-ministro David Cameron, que está em Seul para a reunião de cúpula do G20, exigiu uma investigação para apurar porque eram tão poucos policiais nas ruas.
Os estudantes dizem que isto foi apenas o começo e que novos protestos serão organizados. O chefe da polícia metropolitana, Sir Paul Stephenson, classificou os acontecimentos de ontem de embaraçosos. O protesto violento terminou com 14 pessoas feridas e 35 presas.
A União Nacional dos Estudantes, que organizou a manifestação contra o aumento das anuidades universitárias, dissociou-se da violência, dizendo que a causa foi a infiltração de um grupo de desordeiros.
A entidade calcula que 52 mil pessoas participaram do protesto, entre estudantes e professores vindos de todas as partes do país. Duzentos invadiram a sede do Partido Conservador – o partido majoritário da coalizão que governa a Grã-Bretanha – sem encontrar muita resistência.
Eles quebraram a fachada de vidro, acenderam fogueiras do lado de fora e foram até o último andar, onde ficaram por longo tempo. A polícia só conseguiu expulsá-los depois da chegada de reforços. A situação havia ficado totalmente fora de controle, com a polícia sem dispor de elementos para reimpor a ordem.
Os estudantes estão revoltados contra a decisão do governo de aumentar as anuidades universitárias em até 300%. Até o começo da década passada o ensino superior era totalmente gratuito, mas as dificuldades da economia forçaram uma nova atitude do governo, que está executando um rigoroso programa de austeridade para equilibrar as finanças públicas.
A Grã-Bretanha sofre um déficit orçamentário superor a 100 bilhões de libras, ou mais de 10 por cento do PIB do país.
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