Espanha é criticada por pagar resgate a Al Qaeda
Os reféns espanhois Roque Pascual e Albert Vilalta, libertados anteontem pela rede terrorista Al-Qaeda do Magrebe Islâmico, depois de passar nove meses sequestrados na Mauritânia, chegaram na manhã de hoje a Barcelona sãos e salvos.
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A libertação dos dois homens está causando polêmica na Espanha, pois o governo libertou um dos sequestradores, o terrorista Omar le Sahraoui, e pagou um resgate milionário, estimado em 7 milhões a 10 milhões de euros, segundo fontes atuantes nas negociações. Segundo o jornal El Mundo, a soma foi paga em várias parcelas desde o início de janeiro.
Luisa Belchior, correspondente da RFI em Madri
Os espanhois trabalham para a ong catalã Ação Solidária. Em março, outra voluntária sequestrada com eles em novembro, na Mauritânia, Alicia Gamez, havia sido libertada. Na época, o governo espanhol negou ter pago um resgate. Ontem, durante entrevista para confirmar a libertação dos reféns, o primeiro-ministro espanhol, José Luiz Rodrigues Zapatero, não fez qualquer menção ao pagamento do resgate. Zapatero agradeceu o trabalho dos serviços de informação espanhois e dos governos africanos envolvidos na operação na zona do Sahara.
Em uma mensagem gravada divulgada nessa segunda-feira, a Al Qaeda do Magrebe Islâmico (Aqmi) afirmou ter libertado os reféns porque certas exigências do grupo haviam sido atendidas. Os rebeldes islâmicos não entraram em detalhes, mas acrescentaram que a libertação dos espanhois era uma lição endereçada aos serviços secretos franceses. No mês passado, um aposentado francês de 78 anos, Michel Germaneau, sequestrado pelo mesmo grupo, acabou sendo executado após uma desastrada tentativa do Exército francês para libertar o refém.
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