Greves na Grécia e em Portugal contestam planos de rigor
Gregos e portugueses saem às ruas nesta quinta-feira para protestar contra os planos de contenção de gastos públicos apresentados pelos seus governos. Os planos de rigor têm o objetivo de lutar contra os déficits orçamentários e atenuar a crise financeira na zona euro. No aeroporto de Atenas, mais de 80 voos foram anulados e outros 110 adiados nas primeiras horas da manhã.
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Pela sexta vez, desde fevereiro, os gregos vão às ruas para protestar contra as medidas de austeridade impostas pelo governo para superar a crise. Um dos grandes focos do descontentamento dos sindicatos é a reforma da aposentadoria. O texto do governo impõe 40 anos de contribuição obrigatória para o acesso à aposentadoria contra 37 anos no sistema atual. O pacote de mudanças estabelece ainda um corte de 7%, em média, no valor das pensões. O parlamento grego adotou, na noite de quarta-feira, o contestado projeto de reforma da previdência que estabelece a idade mínima para aposentadoria aos 65 anos.
A paralisação desta quinta-feira deve atingir o transporte ferroviário e marítimo na Grécia. Todos os navios que servem as ilhas gregas deverão ficar no cais. A mobilização atinge em cheio os milhares de turistas que chegam ao país para a alta temporada de férias do verão europeu.
Passeatas estão previstas nas grandes cidades gregas. Os jornalistas também aderiram ao movimento social e, durante 24 horas, o país ficará sem meios de comunicação. No caso do setor aéreo, os controladores de voo prometem cruzar os braços por quatro horas, o que já é mais do que suficiente para atrapalhar o tráfego. Nas primeiras horas da manhã, mais de 80 voos foram anulados e outros 110 adiados no aeroporto de Atenas, o maior do país.
Se os sindicatos e a população não aprovam as medidas do governo, a Comissão Europeia julgou nesta quarta-feira que o programa de reformas iniciado pela Grécia, para diminuir o déficit orçamentário, "está no caminho certo" e obedece às regras fixadas pelo plano de ajuda elaborado pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional. Bruxelas também se declarou satisfeita com o avanço das reformas fiscais e estruturais no país.
Portugueses protestam contra impostos e congelamento de salários
Os portugueses também saem às ruas nesta quinta-feira, em passeatas contra a política econômica de austeridade elaborada pelo governo. A CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses) organiza diversas paralisações e manifestações em Portugal, Madeira e Açores para tentar bloquear o conjunto de medidas de corte orçamentário que vêm sendo discutidas pela equipe do premiê José Sócrates. Os trabalhadores portugueses temem o aumento de impostos, os cortes na função pública e na proteção social e ainda o congelamento dos salários dos servidores.
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