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Equipe brasileira de esgrima disputa torneio de Paris de olho em vaga para Tóquio 2020

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Com quatro representantes, a equipe brasileira de florete, uma das três armas da esgrima, disputa durante o final de semana, o Challenge Internacional de Paris, com o objetivo de somar pontos para brigar por uma das vagas do continente americano para as Olimpíadas de Tóquio.

Alexandre Teixeira – Técnico da seleção brasileira de esgrima
Alexandre Teixeira – Técnico da seleção brasileira de esgrima E. Ramalho
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“Essa competição, além de ser a principal do circuito, por ser na França, é a antepenúltima prova que conta para o ranking mundial, para o somatório de classificação para as Olimpíadas”, resume o treinador Alexandre Teixeira, que se divide entre as diversas salas do Ginásio Pierre de Coubertin, onde os atletas competem na fase classificatória.

São 240 inscritos de diferentes países. Destaque da equipe, Guilherme Toldo, atual número 1 do ranking brasileiro e 29° do mundo de florete, é a maior esperança nas provas individuais. Segundo Teixeira, o principal competidor do país mede forças com os melhores do mundo, mas já está praticamente garantido nos Jogos de Tóquio.

“O Guilherme é o nosso expoente, já está com uma pontuação que quase lhe garante matematicamente a classificação. Não podemos dizer até a prova final em fevereiro, mas, pelos resultados que tem e pelos pontos obtidos, ele está virtualmente classificado”, garante.  

Briga na disputa por equipes

A maior preocupação do treinador no evento parisiense é somar pontos para visar a classificação a equipe de florete masculino para os Jogos de Tóquio. Atualmente, o grupo disputa a vaga da região das Américas com o Canadá. Os Estados Unidos, pela posição no ranking mundial, já têm sua presença garantida nas Olimpíadas.

“Vamos tentar no domingo tirar mais pontos ainda e chegar na última competição de equipe, no Cairo, em fevereiro, com chances de fazer a virada”, diz, confiante.

O Brasil perdeu uma oportunidade de diminuir a diferença para os canadenses no Mundial do ano passado na Hungria, mas ficou em 17° lugar, atrás justamente dos rivais.

Um bom resultado em Paris pode dar esperança aos outros três integrantes da delegação brasileira, Henrique Marques, Fernando Scavasin e Heitor Shimbo. Eles não têm chances na categoria individual , mas podem ainda sonhar em disputar em Tóquio a competição por equipes.  

Diminuir preconceito sobre a esgrima

Os resultados do Brasil nas Olimpíadas do Rio (2016), os melhores da história do país na modalidade, com o 8° lugar de Toldo e o sétimo de Nathalie Moellhausen, que se sagrou campeã mundial na categoria espada em 2019, contribuíram para tornar o esporte mais conhecido do público.

No entanto, Teixeira admite que a imagem de modalidade elitista ainda atrapalha a expansão no país. “O Brasil tem crescido em número de atletas, em apoio e organização. Mas é claro que ainda é muito diferente do que na França, por exemplo. Aqui a esgrima já está incutida nas escolas, há mais de 70 mil inscritos na Confederação. Os ginásios ficam cheios para ver esgrima. As crianças já sabem as regras, conhecem os principais expoentes do esporte”, compara.

No Brasil, segundo Teixeira, o número total de inscritos nas federações estaduais se situa entre 2.500 e 3.000 atletas. “Estamos em crescimento, mas ainda falta bastante para se criar uma cultura de esgrima. Mas estamos no bom caminho”, ressalta.

“As pessoas pensam que é um esporte de rico, é muito caro. Claro, se tu pensares o material, que é todo importado, ele é caro”, admite.

No entanto ele cita o exemplo de seu clube, o Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, para facilitar o acesso ao esporte. Segundo Teixeira, a escolinha cobra uma mensalidade pouco acima de R$ 100 e fornece o material para a prática.

“Ele (o associado) faz uma escolinha como qualquer outra, não precisa comprar nada e pode se divertir jogando esgrima. Ainda existe o preconceito que a esgrima é para ricos ou militares. Todos nós temos que trabalhar para mudar isso”, afirma.

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