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Esporte em foco

Olympique de Marselha: o fim de uma crise?

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Um dos times mais tradicionais do futebol francês, o Olympique de Marselha vive uma nova fase depois de oficializada a compra do clube por um magnata americano, Franck McCourt e a chegada de um novo técnico, Rudi Garcia. O time azul e branco da segunda maior cidade francesa quer pôr um ponto final em uma das piores crises de sua centenária história.

Torcedores do Olympique de Marselha no estádio Vélodrome.
Torcedores do Olympique de Marselha no estádio Vélodrome. REUTERS/Eric Gaillard
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Fundado em 1899, o OM, como é conhecido na França, passou os últimos anos na parte de baixo da tabela no campeonato, longe do brilho conquistado em 1993 quando se tornou o primeiro e até agora único time francês a vencer a badalada Liga dos Campeões da Europa.

O clube comemorou o último título de campeão francês em 2010, o nono de sua história. De lá para cá, mais brigou contra o rebaixamento, alternando com bons momentos, como a final da Copa da França perdida este ano para o arquirrival, Paris Saint-Germain.

Na temporada passada, o 13° lugar no campeonato acionou o sinal de alerta e tornou a situação insustentável aos olhos dos torcedores, que desertaram o mítico estádio Vélodrome, casa do Olympique de Marselha, que tem capacidade para 67 mil torcedores.

A virada começou desde que o Franck McCourt, empresário americano, ex-proprietário da franquia de basebol Dodgers, comprou o clube por uma quantia mantida em segredo, mas estimada em € 40 milhões, segundo a imprensa francesa.

A negociação, concluída em agosto, pôs fim a uma história de 20 anos da família de Louis-Dreyfus com o clube. Com o fim do mercato, restou ao novo proprietário começar pelo banco. O primeiro passo foi trazer o treinador Rudi Garcia, com experiência no futebol francês. Campeão com o Lille em 2009, e com passagem pelo Roma, onde foi duas vezes vice-campeão, ele teve um batizado de fogo: o clássico com o tradicional rival do OM, o Paris Saint-Germain.

Com poucos dias de treino, arrancou um empate sem gols no Parque dos Príncipes. Dois empates e uma vitória nos três primeiros jogos deram ânimo ao novo treinador, Rudi Garcia: “Uma das etapas que nos mostrará se estamos no caminho certo é quando conseguirmos encher o estádio Vélodrome. Aí sim, saberemos que trabalhamos de maneira certa. Será uma etapa importante".

O treinador sentiu mais motivação após a volta de 15 mil torcedores a mais presentes no  jogo contra contra o Metz. "Talvez seja um sinal que nos enviaram. Isso motiva muito. Dá vontade de trabalhar ainda mais, mesmo que neste momento não seja possível. Mas temos que dar tudo de nós e que eles tenham orgulho do time. Mas, por enquanto, temos que nos concentrar dentro de campo, ter eficiência e uma animação ofensiva e defensiva de qualidade”, diz.

Rudi Garcia é o novo treinador do Olympique de Marselha.
Rudi Garcia é o novo treinador do Olympique de Marselha. REUTERS/Jean-Paul Pelissier

Zagueiro brasileiro aposta no futuro do clube

Na parte defensiva, Rudi Garcia já demonstrou confiança no brasileiro Matheus Doria, de 22 anos. Ex-Botafogo e São Paulo, Doria encara sua segunda temporada no Marselha e se tornou titular depois de uma fase no time B, teve boas impressões dos novos dirigentes do clube.

“Eles vieram para mudar e demonstraram isso nas primeiras conversas com a gente. Eles estão com pensamentos ambiciosos, que a gente gosta. Não apenas falaram, mas demonstraram também nos primeiros dias de contato com a gente. Vamos ser bom para o clube evoluir e colocar o Marselha onde ele tem que estar, entre os primeiros. Vamos trabalhar para isso”, diz.

O trabalho de reconstrução já começou e as ambições do clube também são bem claras, segundo Doria: “Este ano vamos buscar uma vaga na Liga dos Campeões ou na Liga Europa. Na próxima janela (de transferências) virão reforços. Vai ser bom. Eles estão sempre no vestiário, torcendo, sofrendo junto com a gente. Isso é importante para o jogador”, acrescenta.

Doria atua na zaga titular ao lado do português Rolando, que também vive sua segunda temporada no clube. Depois de um tempo na reserva, o jogador luso, de 31 anos, caiu nas graças do treinador Rudi Garcia e é um dos homens de confiança do treinador. Mas ele é prudente ao falar da recuperação do Olympique de Marselha.

“Não é só a mudança de treinadores que vai fazer milagres. Com novas ideais, às vezes os jogadores se adaptar melhor às mudanças. Vamos tentar manter o clube nas competições europeias, o que seria muito importante”, afirma.

“Pressão temos sempre, faz parte do futebol. Prefiro a pressão positiva, que é lutar para ficar entre os primeiros do que a pressão negativa, que é contra o rebaixamento. A pressão vai ser grande porque foi assim que o clube acostumou os torcedores e vamos tentar colocar o time neste cenário de vitórias, para chegar ao mais alto nível. Acho que vamos conseguir”, aposta.

O "novo" Olympique de Marselha, estreou contra o PSG do atacante uruguaio Edinson Cavani no dia 23 de outubro, em Paris.
O "novo" Olympique de Marselha, estreou contra o PSG do atacante uruguaio Edinson Cavani no dia 23 de outubro, em Paris. RFI/Pierre René-Worms

PSG torce pela recuperação do inimigo

Não apenas jogadores, torcedores e a cidade de Marselha estão confiantes nesta nova fase. O sucesso do Olympique de Marselha também interessa ao seu grande inimigo, o PSG, tetracmpeão francês. “É muito interessante para nós, para o campeonato francês em geral. Dá uma dimensão diferente. Todos saem ganhando”, afirma o ítalo-brasileiro Thiago Motta, meio campista do time parisiense.

“A rivalidade entre o PSG e o Olympique de Marselha vai continuar e se os dois times estão em um alto nível é bom para todos e vai melhorar a visibilidade do campeonato francês”, conclui.

 

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