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Domenech rompe silêncio e critica jogadores franceses da Copa de 2010

O ex-treinador da seleção francesa, Raymond Domenech, disparou artilharia pesada em direção aos jogadores que comandou durante o Mundial da África do Sul, acusando-os de serem mal educados e inconsequentes. As declarações devem trazer de volta a polêmica que atormentou o futebol francês após o fiasco da Copa.

O ex-técnico da seleção francesa, Raymond Domenech, durante leitura da carta de recusa da seleção francesa de treinar, 20 de junho de 2011
O ex-técnico da seleção francesa, Raymond Domenech, durante leitura da carta de recusa da seleção francesa de treinar, 20 de junho de 2011 Reprodução vídeo
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Em longa entrevista à revista L'Express que chega às bancas nesta quarta-feira, Domenech criticou duramente os jogadores que fizeram greve durante a Copa de 2010. "Olhando em perspectiva, eu os vejo como um bando de moleques mal-educados e inconsequentes", disse o ex-treinador sobre o grupo que se recusou a treinar no campo de treinamento de Knysna, onde a seleção ficou hospedada durante o Mundial.

Questionado sobre os eventuais responsáveis pelo episódio, Domenech disse não ter visto ninguém já que a cada vez que ele subia no ônibus, não havia mais nenhum jogador lá. "Naquele momento eu pensava que eles tinham ficado loucos e que eles não se davam conta. Hoje, eu seu que estava errado: eles sabiam muito bem o que estavam fazendo e até fecharam as cortinas para se esconder das câmeras", afirmou.

Nos trechos da entrevista que foram divulgados nesta terça-feira, Domenech explicou porque decidiu ler a carta escrita pelos jogadores para informar a decisão de não treinar, em protesto contra a decisão do afastamento do atacante Anelka, que teria xingado Domenech no intervalo do jogo contra o México. "Fazia mais de uma hora que estávamos lá. Era preciso que alguém assumisse a responsabilidade e acabasse com aquela palhaçada", disse. "Todas as câmeras estavam apontadas para o ônibus e centenas de garotos esperavam na borda do gramado. Éramos motivo de piada do mundo inteiro. Aí eu disse: Vamos acabar com isso, não suporto mais. Ninguém queria ler essa carta. Eu fui. Si eu tivesse penado por dois segundos, eu teria ido embora...", afirmou na entrevista.

Ao fazer um balanço da participação da França no Mundial de África do Sul, Raymond Domenech confessou ter errado e que talvez não tenha convocado os bons jogadores nem encontrado as palavras certas.

Porque o ex-treinador decidiu falar agora? "Todo mundo fala em meu nome. Quero reestabelecer a verdade. Não sou o monstro que descrevem", se defende. Sobre seu futuro, o ex-treinador da seleção francesa disse não ter fechado as portas para o futebol. "Ainda preciso afastar algumas lembranças antes de começar uma nova aventura. É como o amor. É preciso esquecer uma mulher para poder amar uma outra", comparou.

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