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Radar econômico

Fed completa 100 anos e é "gerente" da economia mundial

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O Banco Central americano, o Fed, na sigla em inglês, completa 100 anos na próxima segunda-feira. Quando foi fundada, a instituição sofreu para conquistar a confiança dos americanos – a ideia da criação de um banco central era vista como “europeia demais”. Mas ao longo dos anos o Fed não apenas ganhou o respeito do mercado financeiro como se tornou a referência no mundo inteiro, na medida em que os Estados Unidos se tornaram a maior economia do planeta. Hoje, os mercados internacionais tremem a cada vez que o órgão tem alguma coisa para dizer.

O presidente do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), Ben Bernanke.
O presidente do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), Ben Bernanke. REUTERS/Jonathan Ernst
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Desta vez, não é diferente. Desde a semana passada, as bolsas operam na expectativa da reunião do comitê de política monetária do Fed, que acontece nestas terça e quarta. Pedro Vartanian, economista da Universidade Mackenzie, explica por que os anúncios do Fed são tão aguardados.

“Uma mudança nos rumos da principal economia do mundo acaba interferindo em todos os outros países. E em segundo lugar é a relação da taxa de juros dos Estados Unidos com os mercados financeiros internacionais”, afirma. “A taxa de juros norte-americana é uma referência para as demais taxas de juros.”

Desta vez, a grande dúvida é se o presidente da instituição, Ben Bernanke, vai anunciar a redução da compra de ativos, que tem injetado 85 bilhões de dólares ao mês na economia americana. Esperava-se que essa diminuição, com impactos na economia mundial, acontecesse apenas em março. Mas os bons indicadores dos últimos meses podem levar Bernanke a amenizar os estímulos desde agora.

Pedro Vartanian acha que as consequências disso apareceriam gradativamente, para economias emergentes. “Estes países poderão ser afetados por uma forte reversão dos fluxos de capitais. Os investimentos que migraram para estes países nos últimos anos, em decorrência do diferencial de taxa de juros, tendem a se reverter na medida em que se sinaliza um aumento da taxa de juros nos Estados Unidos no futuro”, disse.

Lia Valls Pereira, coordenadora de Estudos do Comércio Exterior do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, observa que o Fed se preocupa com os impactos das suas decisões no resto do mundo, mas a prioridade da instituição é assegurar a saúde da economia americana. Lia destaca que as consequências dos anúncios do Fed dependem do quanto os países estão inseridos na globalização.

“Não tem como não afetar, mas o quanto atinge vai depender das circunstâncias domésticas de cada economia e de que forma elas estão inseridas na economia mundial”, sublinhou.

Ben Bernanke deve se pronunciar sobre o futuro dos estímulos ao final da reunião do comitê do Fed, amanhã.
 

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