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A moda invadiu os museus. Em Paris, uma exposição magistral é dedicada ao "bad boy" Jean-Paul Gaultier, com uma proposta interativa incrível. Yves Saint-Laurent tem uma coleção mítica mostrada novamente 44 anos depois. Jeanne Lanvin continua atraindo muita gente ao Museu da Moda Galliera de Paris também, enquanto em Londres, uma outra retrospectiva de Alexander McQueen bate recordes de público.

Cartaz da mostra de Jean-Paul Gaultier no Museu do Grand Palais, em Paris.
Cartaz da mostra de Jean-Paul Gaultier no Museu do Grand Palais, em Paris. Pierre&Gilles
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Depois de Montreal, Nova York, Dallas, San Francisco, Madri, Rotterdam, Estocolmo, Londres e Austrália, chegou a vez da capital da moda acolher a fascinante retrospectiva da carreira do bad boy genial do estilismo, o francês Jean-Paul Gaultier, no Museu do Grand Palais, em Paris. Até hoje, cerca de 1,4 milhões de visitantes descobriram o seu universo apresentado de forma excepcional, etapa por etapa. O criador de cabelo platinado casou, como ninguém, inconformismo, ousadia, talento e criatividade.

Em "Da Rua para as Estrelas",  175 peças são expostas de forma tão excêntrica e surpreendente quanto o próprio Gaultier; os trajes vestem manequins animados que, por meio de vídeos, têm rostos expressivos que falam, conversam com os visitantes, contam histórias e declamam poesias. Uma verdadeira performance que faz a gente pensar que está vendo uma exposição de moda e uma peça de teatro ao mesmo tempo.

Sobre as muitas coleções que podemos admirar, o famoso casaquinho de marinheiro, o espartilho com seios em forma de cone, imortalizado por Madonna, o punk chic, os longos em jeans, as saias masculinas...

Uma novidade para as fashion victims, a butique do Museu vai vender diversos objetos criados por ele.

A exposição Jean-Paul Gaultier entrou em cartaz em 1° de abril e vai até 3 de agosto.

Saint-Laurent, escandaloso...

A coleção do escândalo. Assim ficou conhecido o desfile que o estilista francês Yves Saint-Laurent mostrou em Paris, em 1971. De uma vez só, ele derrubou as fronteiras entre alta costura e prêt-à-porter, entrando assim para a

DR

história da moda contemporânea.

Chamada "Liberação", a coleção teve como fonte de inspiração a Paris dos anos 40, sob ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial, com propostas extravagantes para a época como saias na altura dos joelhos, taiêres com calças, ombreiras quadradas, maquilagem carregada e até casaco de pele verde. O golpe fatal para os conservadores foi o mantô coberto de cigarros bordados sobre lábios imensos.

Hoje, 45 anos depois, a Fundação Pierre Bergé-Yves Saint-Laurent em Paris, apresenta de 19 de março a 19 de julho a polêmica coleção que não deixa ninguém indiferente. Visionário, Saint-Laurent já assinalava há 44 anos a influência da moda retrô na segunda metade do século XX.

Olivier Saillard, curador da mostra, fala sobre esse momento da carreira de Saint-Laurent: "Ele queria chocar, ele queria fazer da alta-costura um tema de experiências e também de juventude. Em 1971 ele criou uma coleção totalmente inspiradana elegância dos anos da ocupação durante a guerra, ou seja, uma elegância ousada, trajes transgressivos... Hoje essa linguagem nos parece banal, mas na época chocou muito e a imprensa viveu isso como uma traição daquele que era considerado como o grande herdeiro da alta costura", diz Saillard.

E no Museu Galliera, o museu da moda de Paris, continua a bela exposição dedicada a Jeanne Lanvin, a estilista da elegância em estado puro, famosa pelos bordados, comparados a obras de arte com seus cristais, pérolas, fios de ouro e pedrarias.

McQueen, o último dos românticos

Atravessando o Canal da Mancha, fomos ao Victoria & Albert Museum de Londres curtir a incrível mostra do "menino prodígio" do Reino Unido, o estilista britânico Alexander McQueen.

Cinco anos depois do seu suicídio e quatro depois da exposição em Nova York, McQueen é homenageado por sua cidade natal, Londres, que apresenta de 14 de março a 2 de agosto a exposição "Savage Beauty". Para dar uma ideia, nas últimas semanas foram colocados à venda 50 mil ingressos suplementares.

Romântico, gótico, primitivo, Alexander McQueen, que por quase vinte anos foi o diretor de criação da grife Givenchy e depois de sua própria marca, tem sua personalidade espelhada pelas salas do museu, inclusive com as peças do seu gabinete de curiosidades como insetos e pássaros.

 

 

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