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Rendez-vous cultural

Tradição popular do Brasil é destaque em livros na França

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“Contes Afro-Brésiliens, Au Pays du Saci” é uma coletânea em pequeno formato, da editora Kanjil, de algumas lendas e tradições afro-brasileiras, que chega às livrarias francesas. Quem reconta e ilustra é Béatrice Tanaka, escritora, ilustradora e cenógrafa.

Capa do livro "Contes Afro-Bresiliens", de Beatrice Tanaka
Capa do livro "Contes Afro-Bresiliens", de Beatrice Tanaka editora kanjil
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Sorridente e animada, Béatrice recebe a RFI Brasil em sua casa, no centro de Paris. Há mais de 50 anos ela vive entre a capital francesa e o Rio de Janeiro.

“Nasci em 1932, num ponto com três fronteiras no nordeste da Europa Centra [na época, Romênia; hoje Ucrânia], com direito a tudo o que a Segunda Guerra Mundial pôde oferecer".

A familia Lauder conseguiu fugir a tempo da segunda invasão russa e chegou ao Brasil em 1947. O sobrenome Tanaka vem do marido, o artista plástico Flávio-Shiró, que conheceu em Paris nos anos 1950.

Da língua alemã falada em casa, passando para o português adquirido no Brasil, Béatrice também usa o francês e o inglês com proficiência.

Teatro, Carnaval, literatura

Premiada na Bienal de São Paulo (melhor figurino de teatro, em 1961), no Carnaval do Rio (com os figurinos da Portela, em 1966), ela também passou a escrever e hoje já são mais de 40 títulos escritos e ilustrados por Béatrice.

Fascinada pela cultura popular brasileira desde a adolescência, Béatrice Tanaka também lançou, pela editora parisiense Kanjil, “La Légende de Chico Rei” e “Contes et Mythes des Indiens du Brésil”, entre outros. Em “Sous d’Etranges Étoiles”, Béatrice volta à infância, numa família judia abastada e relata o périplo de um destino influenciado pela história do século 20 e pela guerra, até a chegada ao Brasil, terra de outras estrelas.

Ela também é autora de livros para adultos, como “Pintar, como a gente canta andando na noite...”, (em tradução livre), um romance histórico que se passa na Europa do século 16.

Resgate

Incansável, ela trabalha atualmente na recuperação de um espetáculo da engajada diretora inglesa Joan Littlewood (1914-2002), no qual Béatrice trabalhou como figurinista e acessorista. “Era meu sonho trabalhar com ela, considerada inclusive por Peter Brook como um dos maiores nomes do teatro”, conta.

A peça, que um crítico inglês definiu como uma das melhores da diretora, teve apenas quatro representações no festival de teatro de Hammamet, na Tunísia, em 1966. Incomodados com o tom irreverente do espetáculo, os produtores cancelaram a turnê já programada e requisitaram todo o material da peça.

Diante da ordem, Béatrice pensou rápido e recolheu tudo o que pôde, principalmente documentos e anotações da diretora sobre a peça. O material ficou guardado durante décadas e agora Béatrice tria e classifica o « tesouro », para oferecê-lo a Peter Rankin, biógrafo da diretora inglesa. Se estivesse viva, Joan Littlewood, teria completado cem anos no ano passado.

Salão do Livro

Béatrice Tanaka vai estar presente no próximo Salão do Livro de Paris, que tem como convidado de honra, o Brasil. Além dos livros de Béatrice Tanaka, a editora Kanjil também leva ao evento quatro traduções da gaúcha Lygia Bojunga.

 

 

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