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Discurso de Dilma foi mais emocional do que técnico, diz analista francês

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Em seu esperado pronunciamento durante o julgamento de impeachment no Senado nesta segunda-feira (29), a presidente afastada Dilma Rousseff preferiu adotar um tom mais emocional. Essa é a opinião de Hervé Théry, especialista francês das questões políticas brasileiras, que analisa o discurso da chefe de Estado para a RFI.

A presidente afastada Dilma Rousseff durante discurso desta segunda-feira (29) no Senado, em Brasília.
A presidente afastada Dilma Rousseff durante discurso desta segunda-feira (29) no Senado, em Brasília. Geraldo Magela/Agência Senado
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Para Théry, que é pesquisador emérito do Centro Nacional de Pesquisa da França (CNRS na sigla em francês) e professor visitante da Universidade de São Paulo, o discurso de Dilma já era esperado. "Ela foi mais pelo lado emocional do que técnico", diz. Geógrafo, que há mais de 40 anos percorre o Brasil, ele também destaca que a fala da presidente afastada pode ser percebida de forma diferente nas regiões do país."Quando se olha a geografia da eleição dela, que teve muitos votos no norte e nordeste, percebe-se que é muito provável que a reação seja mais forte nas regiões que a apoiaram", observa.

Hervé Théry
Hervé Théry

O pesquisador francês também avalia que o Brasil, apesar da crise, continua sendo uma terra de oportunidades. "Apesar das dificuldades econômicas, o Brasil tem imensas vantagens que não são diminuídas pela situação atual. Entre as quais, a disponibilidade de terras e a qualidade e a quantidade de sua população. Costumo dizer que o maior trunfo do Brasil são os brasileiros", diz. Sem contar os recursos energéticos e as terras cultiváveis - três vezes maior do que o território francês.

"Guinada à direita"

Segundo o pesquisador, é possível que a chegada de um governo mais conservador traga mudanças na política social, com cortes que poderão afetar a população que beneficia dessas ajudas. "Nesse aspecto, a Dilma e o PT têm razão. Quem se beneficia desses programas tem com o que se preocupar", analisa. Para ele, a emergência de uma nova classe consumidora é o legado da era Lula que vai continuar. "O fato do salário minímo ter aumentado possibilitou a entrada de milhares de pessoas no mercado monetizado, o que pesou muito", conclui.

 

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