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EUA/Nuclear

Brasil e Turquia pedem o adiamento de sanções contra o Irã

O presidente Lula e o primeiro-ministro turco Recep Erdogan fizeram o pedido na terça-feira ao presidente americano Barack Obama, às margens da Cúpula de Segurança Nuclear que terminou ontem em Washington. Eles se reuniram durante 15 minutos com Obama e pediram que seja dado mais tempo ao Irã antes de se recorrer a sanções contra o programa nuclear iraniano.

Lula foi recebido pelo presidente Barack Obama em Washington.
Lula foi recebido pelo presidente Barack Obama em Washington. Reuters
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Patrícia Campos Mello, correspondente da RFI em Washington

“A essência é que nós acreditamos que ainda dá tempo de chegar a uma solução negociada”, disse o chanceler Celso Amorim. Segundo Amorim, Obama reagiu de forma positiva, dizendo “que muita coisa já foi tentada, mas que ele não vê nada negativo em se tentar uma solução negociada.”

Mas em declarações públicas, o presidente dos Estados Unidos não se mostrou disposto a acolher a proposta turco-brasileira de solução negociada. Em entrevista coletiva que concedeu ao final da conferência, Obama voltou a afirmar que os EUA querem ver as sanções “avançarem rapidamente e de forma agressiva”. Ele quer que o Conselho de Segurança da ONU adote sanções antes de junho. O país teme ações de Israel, que ameaça atacar o Irã e desencadear uma situação explosiva no Oriente Médio caso não sejam tomadas providências em relação ao programa nuclear iraniano.

O presidente Lula estará em Teerã no dia 16 de maio. Segundo Amorim, Turquia e Brasil seriam especialmente qualificados para intermediar a questão iraniana porque os dois países “têm boas relações com o Irã”. Além disso, a Turquia tem bases da Otan e o Brasil integra a OEA, lembrou o chanceler brasileiro.

02:29

Patrícia Campos Mello, correspondente da RFI em Washington

Os 47 países presentes na Cúpula de Segurança Nuclear estabeleceram um prazo de quatro anos para assegurar que os arsenais nucleares do mundo serão armazenados em lugares seguros, longe do alcance de organizações terroristas como a Al-Qaeda. O compromisso, que tinha sido proposto pelo presidente Barack Obama em discurso em Praga há um ano, está no comunicado final da conferência. Dando um exemplo de como reduzir o risco de materiais nucleares caírem nas mãos de terroristas, Ucrânia, México, Canadá e Chile anunciaram que vão abrir mão de seus estoques de urânio altamente enriquecido, a maioria em reatores de pesquisa.

No comunicado, os países participantes prometeram fazer de tudo para que “agentes não-governamentais” não tenham acesso a materiais para a fabricação de armas nucleares. O comunicado pede mais controles sobre o armazenamento de urânio enriquecido e plutônio, mas desde que se respeite a soberania dos países. A próxima reunião será realizada daqui a dois anos, na Coreia do Sul
 

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