Oposição venezuelana pede redução do mandato de Maduro
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro chega, nesta terça-feira (19) à metade do seu mandato. A data é simbólica porque permite que a oposição possa organizar um referendo revogatório da gestão do presidente.
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Uma manifestação realizada hoje em Caracas para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ative o procedimento. Esta semana, os deputados do país aprovaram uma lei para tornar a realização do referendo mais fácil, apresentando uma emenda à Constituição para reduzir o tempo de mandato do presidente, que atualmente é de seis anos.
Cem dias após a vitória histórica da oposição nas eleições legislativas da Venezuela, cinco leis já foram aprovadas mas nenhuma aplicada. Muitas decisões do Parlamento têm sido barradas pelo Supremo Tribunal de Justiça, que é aliado ao presidente.
Venezuela tem maior inflação do mundo
A crise política tem provocado também uma crise econômica no país que, até bem pouco tempo, apresentava uma economia próspera, baseada na extração de petróleo. Com a queda do preço da commodity, o país mergulhou num período de estagnação.
Na vida cotidiana, os venezuelanos estão sofrendo com filas intermináveis nos supermercados, onde a maioria das prateleiras estão vazias. O país registra ainda o pior índice de inflação no mundo: 180,9% ao ano em 2015. Além disso, a população tem sofrido com cortes regulares de água e eletricidade.
Estados Unidos apoiam saída de Maduro
O governo de Maduro divulgou nesta terça-feira nota rebatendo as declarações proferidas pelo secretário americano de Estado, John Kerry, que defendeu a utilização da Carta Democrática da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra o governo do presidente venezuelano. Kerry disse, em entrevista à rede de televisão CNN, que Washington concorda em utilizar a Carta Democrática da OEA contra Maduro caso a oposição venezuelana assim o solicite.
"Pressionar por uma democracia plena e pelo respeito total às eleições sempre é uma boa ideia". Kerry considerou que Maduro "está simplesmente ignorando a vontade do povo expressada nas recentes eleições" legislativas, amplamente vencidas pela oposição. "Isto é muito perigoso", disse.
A chancelaria venezuelana rejeitou as críticas e disse que o governo do presidente Barack Obama é "reincidente em sua obsessão intrusiva e intervencionista contra a Venezuela".
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