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Chile/Ditadura

Chile prende ex-militares que queimaram presos vivos durante ditadura

A justiça chilena ordenou nesta segunda-feira (27) a prisão de mais cinco ex-militares pelo assassinato de um fotógrafo e por ferimentos em uma estudante em 1986. Os dois foram queimados após serem presos por participar de um protesto contra o então ditador Augusto Pinochet.

Carmen Gloria Quintana antes e depois do ataque.
Carmen Gloria Quintana antes e depois do ataque. Archivo Museo de la Memoria de Chile.
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A ordem de prisão, que envolve ex-oficiais e suboficiais do exército chileno, foi emitida pelo juiz Mario Carroza. Em seguida, quatro militares foram detidos e interrogados pelo juiz. Os novos militares presos se somam a outros sete, que foram detidos e acusados na semana passada, em um caso que até o momento estava impune.

Na sexta-feira, os sete militares foram acusados de autores e cúmplices do homicídio do fotógrafo Rodrigo Rojas de Negri, que morreu em 1986 depois de ser queimado vivo por uma patrulha militar.

Os acusados como autores são os oficiais reformados Julio Castañer, apontado como o que ateou fogo ao jovem, e Iván Figueroa, além dos suboficiais também reformados Luis Zúñiga, Francisco Vásquez, Nélson Medina e Jorge Astengo. Já Sergio Hernández foi acusado como cúmplice.

Crueldade

A decisão foi tomada quase três décadas depois do que é considerado um dos crimes mais violentos da ditadura de Augusto Pinochet, que deixou mais de 3.000 vítimas, entre mortos e desaparecidos.

O fotógrafo Rodrigo Rojas de Negri, de 19 anos, e a estudante de Engenharia Carmen Gloria Quintana, também de 19, participavam de uma manifestação contra o regime de Pinochet, em 2 de julho de 1986, quando foram pegos por uma patrulha militar.

Depois de detidos, os agentes encharcaram os dois com gasolina e atearam fogo. A dupla foi abandonada, gravemente ferida, no subúrbio de Santiago. A jovem teve queimaduras graves, em 62% do corpo, mas sobreviveu. Ela recebeu tratamento no Canadá, onde vive hoje.

Os seis militares acusados foram detidos na quarta-feira por ordem do juiz Mario Carroza, depois que o sétimo militar rompeu o "pacto de silêncio" e confessou a verdade sobre o que aconteceu há 29 anos. O caso ficou conhecido internacionalmente, devido à crueldade dos militares, e os dois jovens se transformaram em um símbolo dos direitos humanos e da luta contra a ditadura.

(Com informações da AFP)

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