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Charleston/EUA

Igreja de Charleston reabre e realiza primeiro culto depois do massacre

Uma multidão é esperada neste domingo (21) na Igreja Metodista Africana Episcopal Emanuel, no Estado americano da Carolina do Sul. No local será realizada o primeiro culto depois do violento massacre no qual morreram nove pessoas, todas elas negras, alvejadas por Dylann Roof, que tinha o objetivo de promover uma "guerra entre raças".

A  Igreja Metodista Africana Episcopal Emanuel é o símbolo da comunidade negra de Charleston, na Carolina do Sul, palco de um dos piores massacres da história dos Estados Unidos.
A Igreja Metodista Africana Episcopal Emanuel é o símbolo da comunidade negra de Charleston, na Carolina do Sul, palco de um dos piores massacres da história dos Estados Unidos. REUTERS/Brian Snyder
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Centenas de pessoas, algumas sem conter as lágrimas, lotaram o local para a cerimônia religiosa, celebrada por um pastor visitante, já que o pastor da congregação foi uma das vítimas do massacre.

A igreja é a mais antiga da comunidade negra de Charleston. Ela reabriu ontem à noite, depois do banho de sangue promovido pelo americano Dylann Roof, de 21 anos. O massacre foi um dos piores da história dos Estados Unidos, onde o conflito racial parece estar longe de encontrar uma trégua.

Bandeira "racista" continua hasteada

Neste fim de semana, a bandeira confederada, que data da época da Guerra Civil do país e que representa a união dos Estados escravocratas do sul, continuou hasteada no parlamento local, na capital Columbia. Centenas realizaram um protesto diante do local nesta madrugada, que parece não ter trazido resultados.

Um abaixo-assinado reuniu mais de 370 mil assinaturas no site MoveOn.org contra a bandeira. O presidente Barack Obama, citado por seu porta-voz Eric Schultz, declarou que a bandeira confederada pertende ao museu. Já o ex-candidato republicano à presidência, Mitt Romney, fez um apelo no Twitter para que esse, que é um símbolo do racismo, fosse retirado do parlamento local "em respeito às vítimas de Charleston".

Legislação sobre as armas

Uma outra questão que voltou à tona com o massacre é o reforço da lei sobre o controle das armas de fogo. Na sexta-feira (19), Obama já havia se pronunciado sobre o assunto e acusado o Congresso americano de não ter adotado até o momento uma legislação mais severa. "Não sabemos se isso teria evitado Charleston, mas haveria alguns americanos a mais entre nós", declarou.

Em uma entrevista publicada ontem à noite no site do jornal The New York Times, o presidente americano diz acreditar que o lobby da Associação Nacional de Armas (NRA, sigla em inglês) ainda vai impedir por muito tempo um controle mais duro da venda de armas no país. "Não penso que o Congresso promoverá uma mudança na lei", lamentou.

Ontem, a candidata democrata à presidência, Hillary Clinton, também pediu uma mudança urgente na legislação. "Não faz sentido que não possamos retirar armas das mãos de pessoas violentas ou indivíduos que têm doenças mentais e até mesmo de pessoas que fazem parte de listas terroristas", protestou.

Terrorismo interno

O massacre de Charleston aconteceu na quarta-feira (17), quando Dylann Roof entrou em uma aula de estudos bíblicos da Igreja Metodista Africana Episcopal Emanuel. Depois de permanecer uma hora no local, o jovem abriu fogo contra todos os presentes.

Segundo uma sobrevivente, antes de atirar, Roof teria afirmado: "Vocês estupraram nossas mulheres e tomaram o controle do país. Tenho que fazer o que tenho que fazer".

Roof foi indiciado na sexta-feira por nove homicídios e posse de arma de fogo em crime violento. A justiça federal o investiga por "terrorismo interno" e como autor de um crime de ódio.

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