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Papa/África

Líder da RCA pede perdão ao papa por violência entre cristãos e muçulmanos

Em visita neste domingo (29) à capital da República Centro-Africana, Bangui, o papa Francisco pediu à população local que não ceda "ao medo do outro". O país africano é marcado por uma forte violência sectária.

O papa Francisco abênçoa crianças em Bangui, capital da República Centro-Africana.
O papa Francisco abênçoa crianças em Bangui, capital da República Centro-Africana. REUTERS/Stefano Rellandini
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Em um discurso no palácio presidencial, o papa, de 78 anos, fez um apelo à unidade e pediu aos centro-africanos para não ceder ante "a tentação do medo do outro, do desconhecido, do que não é parte de nosso grupo étnico, nossas opiniões políticas ou nossa confissão religiosa". Francisco também disse esperar que as eleições de 27 de dezembro ajudem o país.

"É meu desejo fervoroso que as diversas consultas nacionais que acontecerão nas próximas semanas permitam ao país empreender serenamente um novo capítulo de sua história", disse o pontífice em Bangui, a terceira e última etapa de sua viagem ao continente africano.

"Apesar das dificuldades, a República Centro-Africana avança progressivamente para a normalização da vida política e social", disse. "Venho a esta terra pela primeira vez como peregrino da paz e apóstolo da esperança", completou o papa na presença da presidente de transição Catherine Samba Panza.

Presidente pede perdão pela rivalidade entre cristãos e muçulmanos

A presidente pediu "perdão" por "todo o mal" cometido pelos centro-africanos durante a onda de violência entre as comunidades religiosas, principalmente nos últimos dois anos. "Depende das filhas e filhos deste país reconhecer suas falhas e pedir um perdão sincero, que sua bênção transformará em um novo fermento para a reconstrução do país", disse Samba Panza. "Em nome de toda a classe dirigente do país, mas também de todos os que contribuíram para sua descida ao inferno, confesso todo mal que se fez e peço perdão do fundo de meu coração", completou.

Devastada desde 2013 por uma guerra civil com um tom religioso entre as milícias seleka, majoritariamente muçulmanas, e as antibalaka, de maioria cristã, a República Centro-Africana registra um elevado nível de tensão a poucas semanas das eleições presidenciais.

Além do discurso no palácio pesidencial, o papa visitou o campo de refugiados de Mpoko, que abriga quase 20 mil deslocados pela onda de violência.

Milhares de fiéis acompanham o papamóvel

Milhares de pessoas saudaram Francisco ao longo da Avenida dos Mártires, que vai do aeroporto de Bangui à Praça da Reconciliação, onde uma multidão empolgada aguardava o pontífice.

Na Praça da Reconciliação, onde existe um monumento que representa uma imensa pomba branca da paz, Francisco subiu no famoso "papamóvel", a partir do qual saudou, de maneira relaxada e sorridente, os centro-africanos que agitavam bandeiras. Quando o "papamóvel" iniciou o trajeto, a multidão rompeu os cordões de isolamento das tropas da ONU e da França para seguir o pontífice a pé, de bicicleta ou motocicleta.

Durante a tarde, o papa abrirá uma porta sagrada na catedral de Bangui, um gesto simbólico tradicional dos Jubileus, que estabelece que os fiéis que passam por essa porta têm seus pecados perdoados. Em seguida, ele celebrará uma missa na esplanada da catedral e ouvirá a confissão de alguns jovens.

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